Uma nova descoberta vai auxiliar no tratamento da picada da aranha-marrom. O uso de antibióticos, principalmente a penicilina, pode reduzir as lesões provocadas no local da picada.
De acordo com a professora do Departamento de Patologia Básica da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Cristina Leise Bastos Monteiro, a penicilina impede o crescimento de uma bactéria, chamada Clostridium perfringens, que forma uma toxina que afeta os rins e provoca gangrena nos ferimentos.
A pesquisadora acredita que a descoberta pode ajudar a reduzir a mortalidade nos casos de acidentes com aranhas. "A bactéria que é isolada pela penicilina pode provocar até insuficiência renal aguda", informa. Mas Cristina ressalta que o uso do antibiótico não acaba com o risco de a picada levar uma pessoa à morte. "A insuficiência renal também pode ser provocada por uma outra toxina que é produzida pelo veneno da aranha."
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Cristina explica que a penicilina deve ser aplicada, através de injeção, logo após a picada. "Mas isso deve ser feito sempre por um médico. Ele é que vai saber a quantidade a ser aplicada e o que deve ser utilizado no caso da pessoa ser alérgica à penicilina." Além de diminuir os riscos, o antibiótico também reduz o tempo de tratamento.
A pesquisa foi apresentada ontem por Cristina como tese de doutorado. Ela conta que a idéia surgiu há dois anos, quando percebeu que havia estudos do uso do antibiótico para reduzir efeitos de picadas de cobras e de escorpiões. "Mas nada ainda havia sido pesquisado sobre a aranha-marrom." A pesquisa foi feita com coelhos, que segundo Cristina, são os animais que têm mais proximidade com as reações dos seres humanos.
De acordo com a Secretaria de Saúde de Curitiba, uma média de 2 mil pessoas por ano são picadas pela aranha marrom. Esses casos representam cerca de 90% dos acidentes com animais peçonhentos na cidade.