A diretora de operações do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Elaine Kawa, determinou a abertura de um processo administrativo contra o despachante Francisco Hilário Chechaka, de Curitiba. Ele forneceu o próprio endereço residencial para que a apresentadora Xuxa e a modelo Susana Werner pudessem emplacar seus carros no Paraná, conforme a Folha mostrou na edição de ontem. Elaine quer saber como as artistas obtiveram permissão para fazer o emplacamento personalizado junto ao Detran.
O prazo da investigação será de 30 dias. Caso houver a descoberta de irregularidades, o despachante pode sofrer suspensão ou até a cassação de sua credencial no Detran. Chechaka declarou que recebia o pedido para encaminhar o emplacamento da concessionária onde Xuxa e Susana compraram os veículos da marca Audi, no Rio de Janeiro. A diretora pretende confirmar se o despachante fez este tipo de prática para mais pessoas.
Em entrevista à Folha, Chechaka disse que não cometeu irregularidade alguma e defendeu a prática declarando que o Estado é o maior beneficiado com o aumento na arrecadação do Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA). Desde novembro do ano passado, o órgão vem adotando medidas para coibir abusos na transferência de registros de outros Estados.
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O Detran só aceita registrar o veículo se o proprietário apresentar um comprovante de endereço residencial, o que não era exigido quando Xuxa e Susana tiveram os seus carros emplacados em Curitiba. Elaine recorda que, antes das alterações, o dono do carro apenas assinava uma declaração de que tinha domicílio na cidade.
Em processos administrativos contra motoristas que cometeram infrações, Elaine conta que, quando o Detran tentava localizá-los pelo endereço registrado no emplacamento, descobria que ele não residia naquele local. "A exemplo de outros Detrans, tivemos que adotar algumas medidas aqui no Paraná para impedir esse tipo de prática", acrescentou a diretora.
Um dos motivos para a migração de motoristas de outros Estados era o IPVA mais barato. A alíquota do tributo praticado no Paraná é de 2,5% sobre o valor total do veículo. Em São Paulo e Rio de Janeiro, o índice é de 4%. De acordo com o cadastro do Detran, a frota paranaense é de 2,4 milhões de veículos.