Os bingos vão responder com ações judiciais à lacração das casas de jogos, desencadeada no sábado. Uma operação conjunta das polícias Civil e Militar lacrou nove bingos, em Curitiba. Apenas uma das casas lacradas estava aberta, mas o lacre do Ministério Público foi colocado em todas.
A equipe jurídica do Sindicato das Empresas Administradoras de Bingos do Paraná (Sindibingo) entra hoje com uma ação na Vara de Fazenda Pública e com solicitação de julgamento de um recurso ajuizado junto ao Tribunal de Justiça.
De acordo com Luiz Fernando Pereira, advogado do Sindibingo, a ação busca reconhecer na Justiça que a lei de contravenções penais está revogada. ''Nesse caso a atividade dos bingos é legal e uma resolução governamental não pode se sobrepor à lei'', afirmou.
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A lei de contravenções penais está embasando a investigação do Ministério Público (MP), que concluiu que a atividade dos bingos no Paraná é ilegal.
Segundo Pereira, o Sindibingo pretende esgotar todos os recursos jurídicos no Paraná. O principal argumento é que se a lei de contravenções penais não está revogada como está afirmando o Ministério Público, que o princípio da lei seja estendido aos demais jogos administrados pelo Serlopar. Caso não tenha sucesso, a entidade vai recorrer à estância federal.
Na operação policial, o texto com os termos de lacração, emitidos pelo MP, foram afixados nas portas dos bingos. A operação foi decidida na noite de sexta-feira e apenas uma casa, o bingo da Av. Kennedy, foi encontrada aberta. Houve resistência por parte dos proprietários e protestos dos clientes e funcionários.
Nos demais, os estabelecimentos estavam fechados. Mesmo assim, foram lacrados os bingos Ventura XV, Ventura (Bigorrilho), Midas Golden Bingo, Millenium Center Bingo, Portão Golden Bingo, Mirage Bingo, Bingo Central, Bingo Cidade e Kennedy Center Bingo. O rompimento do lacre, sem ordem judicial, será julgada como atividade criminal.
Através de nota divulgada pela agência de notícias do Palácio Iguaçu, o governo do Estado cita denúncia do promotor de Justiça do Mato Grosso, Mauro Zaque, integrante do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado naquele estado, que há ligação entre o crime organizado e o jogo no Paraná. Zaque aponta uma estreita ligação dos negócios de João Arcanjo Ribeiro, ''o Comendador Arcanjo'', considerado chefe do crime organizado no Mato Grosso, com o jogo no Paraná, especialmente no setor de máquinas caça-níqueis.