A casa de shows Moinho São Roque e os fãs curitibanos da banda Olodum foram prejudicados por um grupo que se fazia passar pela famosa banda baiana. Na noite de quinta-feira, pouco antes do horário marcado para o início do show, a polícia prendeu em flagrante os supostos músicos. Eles estão detidos na Delegacia da Ordem Social, em Curitiba, e o falso empresário, José Virgílio de Oliva, está foragido.
"Estamos tão surpresos com tudo o que aconteceu quanto vocês", afirma um dos donos do Moinho São Roque, Luiz Manzi Neto. Apesar de ter sido vítima, a casa de shows fez questão de arcar com todas as despesas e devolver todos os ingressos vendidos antecipadamente, para evitar maiores aborrecimentos aos clientes. "Nosso prejuízo foi de aproximadamente R$ 7 mil", diz ele.
Manzi Neto conta que há cerca de 20 dias ele foi procurado pelo suposto grupo Olodum, que dizia ter interesse em realizar um show em Curitiba com a proposta de gravar ao vivo canções do próximo CD da banda. O contrato foi assinado em nome da Companhia de Produções Olodum de São Paulo.
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No dia marcado para o show, uma integrante do fã-clube curitibano do Olodum estranhou o fato de tal show não coincidir com a agenda do grupo. Ela imediatamente ligou para Salvador e obteve a confirmação de que não havia nenhum show programado para Curitiba.
"O presidente da verdadeira banda (João Jorge Rodrigues) veio imediatamente para cá e fomos para a delegacia", conta. A polícia prendeu todos os integrantes em flagrante no hotel, pouco antes do início da apresentação. Os farsantes, liderados por Wagner Santos e Paulo César de Jesus, um ex-integrante da banda Olodum, estão detidos na Delegacia da Ordem Social e serão indiciados em inquérito policial por estelionato e falsidade ideológica. O empresário José Virgílio de Oliva está foragido.
"Há pouco mais de um ano este pessoal vem prejudicando o nosso grupo, que faz um trabalho cultural e social sério, de renome internacional há 21 anos", afirma o presidente do Olodum. "Eles têm feito shows em São Paulo, Paraná e Santa Catarina, deixando após cada apresentação um rastro de cheques sem fundo e prejuízos", diz ele.
O músico Wagner Santos diz que tudo não passa de uma grande confusão. Segundo ele, o seu grupo se chama Filhos de Olodum e não tem nada a ver com o Olodum da Bahia.
A grande questão é que todos os contratos trazem o nome da empresa apenas com o nome Olodum, sem qualquer menção a palavra "filhos". Os cartazes de divulgação e o material para a imprensa também usam o logomarca original do Olodum. O falso grupo utilizava ainda o site da banda na Internet e todo o vestuário e instrumentos de percussão com as cores do grupo baiano.