O visível processo de decadência que os museus paranaenses localizados em Curitiba atravessam pode estar chegando ao fim. A Secretaria de Estado da Cultura promete resolver o problema sanando pelo menos duas delicadas questões que hoje permeiam os patrimônios estaduais: a falta de recursos para a reforma dos prédios que abrigam os acervos e a definição de um destino para o Edifício Castelo Branco, no Centro Cívico, que ficou órfão depois que se descartou a hipótese de ser ocupado por uma filial do Guggenheim.
A solução encontrada foi a transferência de alguns acervos para o tal edifício, medida que deve ser anunciada pelo governador Jaime Lerner (PFL) nos próximos dias, conforme adiantou a secretária da Cultura, Mônica Rischbieter, à Folha 2.
Ainda que não sejam os mais prejudicados, os primeiros acervos a serem transferidos para a nova sede serão os do Museu de Arte do Paraná (MAP) e o do Museu de Arte Contemporânea (MAC), cujo prédio foi reformado recentemente, mas que ainda carrega o peso da falta de recursos e cuidados destinados aos reparos de um museu. No caso do MAC, a reforma do prédio não contemplou a troca das telhas e do forro e o acervo de mais de 1,1 mil obras, além das exposições, estão completamente vulneráveis às intempéries do tempo.
Já o MAP, que tem um acervo de cerca de 300 obras de artistas paranaenses, está espremido no prédio onde hoje funciona a TV Educativa. "O espaço é pequeno, já que tem que ser dividido com a tevê", admite a secretária. Para solucionar o problema, uma reengenharia está em curso. A TV Educativa seria transferida para o Canal da Música, no bairro Mercês, e o acervo do Museu Paranaense seria então levado para o prédio livre.
Se isso acontecer, essa será a sétima sede do Museu Paranaense, que hoje funciona no belo, imponente e abandonado prédio da Praça Generoso Marques, o único tombado pelo Patrimônio Histórico da União. A situação do museu e a tímida comemoração dos seus 125 anos, na última terça-feira, pode ter sido uma alavanca para o governo tomar uma posição com relação aos museus paranaenses. "A idéia é transferir tudo para um prédio só", justifica Mônica Rischbieter, ressaltando a proposta da Secretaria de Cultura de transformar o charmoso conglomerado do Centro Cívico, que tem projeto arquitetônico assinado por Oscar Niemeyer, na sede dos principais museus da cidade.
A secretária da Cultura garante que esse projeto deve ser colocado em prática em breve, isso porque os acervos dos museus estão em evidente risco. "Não dá para prorrogar", admite. Ainda que conjecturando, a secretária calcula que seria necessário investimento de cerca de R$ 3 milhões somente para a reforma do Edifício Castello Branco, que já na época da especulação da vinda do Guggenheim não foi considerado dono da melhor arquitetura para abrigar um museu. O prédio foi inicialmente projetado para abrigar o Instituto de Educação do Paraná (IEP), mas nunca desempenhou essa função. Inaugurado em 1978 sempre serviu como sede das secretarias do Estado, a maioria já transferida para o bairro Santa Cândida, no antigo Conglomerado Banestado.
O monobloco de dois pavimentos, construído num terreno de 34 mil m2, apresenta pelo menos dois empecilhos técnicos quando se trata de mudar a sua função: um pé direito (altura entre o chão e o teto) baixo e uma umidade característica da construção, condições inadequadas para abrigar um museu. Por isso seriam necessárias as reformas, que a secretária garante que serão anunciadas em breve pelo governador. Inclusive com informações sobre a origem dos recursos necessários.
Enquanto isso, os museus continuam ostentando uma situação bastante precária. O Museu Paranaense, no coração da cidade, é o símbolo dessa decadência. "A situação do prédio não pode ser confundida com a situação do acervo", defende o diretor do museu Jaime Cardoso. "O museu enquanto instituição está revigorado". O museu possui atualmente um acervo de mais de 320 mil objetos e documentos compreendendo as áreas de arqueologia, etnologia, história, e biblioteca. São curiosidades artísticas, quadros, armas nacionais brancas e de fogo, armas estrangeiras, objetos usados pelo caboclo e objetos estrangeiros, peças e livros. Só no acervo de arqueologia estão hoje 256.942 mil peças que se referem ao território paranaense desde 8.000 a.C.. Sem dúvida um acervo considerável, mas que corre o risco de se perder por causa das péssimas condições em que estão abrigadas.
A solução encontrada foi a transferência de alguns acervos para o tal edifício, medida que deve ser anunciada pelo governador Jaime Lerner (PFL) nos próximos dias, conforme adiantou a secretária da Cultura, Mônica Rischbieter, à Folha 2.
Ainda que não sejam os mais prejudicados, os primeiros acervos a serem transferidos para a nova sede serão os do Museu de Arte do Paraná (MAP) e o do Museu de Arte Contemporânea (MAC), cujo prédio foi reformado recentemente, mas que ainda carrega o peso da falta de recursos e cuidados destinados aos reparos de um museu. No caso do MAC, a reforma do prédio não contemplou a troca das telhas e do forro e o acervo de mais de 1,1 mil obras, além das exposições, estão completamente vulneráveis às intempéries do tempo.
Já o MAP, que tem um acervo de cerca de 300 obras de artistas paranaenses, está espremido no prédio onde hoje funciona a TV Educativa. "O espaço é pequeno, já que tem que ser dividido com a tevê", admite a secretária. Para solucionar o problema, uma reengenharia está em curso. A TV Educativa seria transferida para o Canal da Música, no bairro Mercês, e o acervo do Museu Paranaense seria então levado para o prédio livre.
Se isso acontecer, essa será a sétima sede do Museu Paranaense, que hoje funciona no belo, imponente e abandonado prédio da Praça Generoso Marques, o único tombado pelo Patrimônio Histórico da União. A situação do museu e a tímida comemoração dos seus 125 anos, na última terça-feira, pode ter sido uma alavanca para o governo tomar uma posição com relação aos museus paranaenses. "A idéia é transferir tudo para um prédio só", justifica Mônica Rischbieter, ressaltando a proposta da Secretaria de Cultura de transformar o charmoso conglomerado do Centro Cívico, que tem projeto arquitetônico assinado por Oscar Niemeyer, na sede dos principais museus da cidade.
A secretária da Cultura garante que esse projeto deve ser colocado em prática em breve, isso porque os acervos dos museus estão em evidente risco. "Não dá para prorrogar", admite. Ainda que conjecturando, a secretária calcula que seria necessário investimento de cerca de R$ 3 milhões somente para a reforma do Edifício Castello Branco, que já na época da especulação da vinda do Guggenheim não foi considerado dono da melhor arquitetura para abrigar um museu. O prédio foi inicialmente projetado para abrigar o Instituto de Educação do Paraná (IEP), mas nunca desempenhou essa função. Inaugurado em 1978 sempre serviu como sede das secretarias do Estado, a maioria já transferida para o bairro Santa Cândida, no antigo Conglomerado Banestado.
O monobloco de dois pavimentos, construído num terreno de 34 mil m2, apresenta pelo menos dois empecilhos técnicos quando se trata de mudar a sua função: um pé direito (altura entre o chão e o teto) baixo e uma umidade característica da construção, condições inadequadas para abrigar um museu. Por isso seriam necessárias as reformas, que a secretária garante que serão anunciadas em breve pelo governador. Inclusive com informações sobre a origem dos recursos necessários.
Enquanto isso, os museus continuam ostentando uma situação bastante precária. O Museu Paranaense, no coração da cidade, é o símbolo dessa decadência. "A situação do prédio não pode ser confundida com a situação do acervo", defende o diretor do museu Jaime Cardoso. "O museu enquanto instituição está revigorado". O museu possui atualmente um acervo de mais de 320 mil objetos e documentos compreendendo as áreas de arqueologia, etnologia, história, e biblioteca. São curiosidades artísticas, quadros, armas nacionais brancas e de fogo, armas estrangeiras, objetos usados pelo caboclo e objetos estrangeiros, peças e livros. Só no acervo de arqueologia estão hoje 256.942 mil peças que se referem ao território paranaense desde 8.000 a.C.. Sem dúvida um acervo considerável, mas que corre o risco de se perder por causa das péssimas condições em que estão abrigadas.