O novo Estatuto da Polícia Civil deverá ter pontos vetados a pedido dos delegados da corporação. Em uma reunião informal do Conselho da Polícia Civil, que é presidido pelo delegado-chefe, Leonyl Ribeiro, ficou estabelecido o encaminhamento de um parecer da categoria ao governador Jaime Lerner. Neste documento, que ainda não foi concluído, os delegados pretendem embasar Lerner para possíveis alterações do projeto aprovado pela Assembléia Legislativa.
Um dos vetos principais é da remuneração do policial que está sob investigação. No projeto aprovado, os policiais afastados receberiam um terço do salário, até que fosse concluída as investigações. Para os delegados ligados à Corregedoria da Polícia Civil, essa proposta estimula a impunidade. No entanto, a corrente vinculada à Associação dos Delegados da Polícia Civil (Adepol), presidida por Ricardo Képes Noronha, defende penas mais brandas.
Outra alteração é quanto as punições de caráter disciplinar. O grupo ligado ao delegado Leonyl Ribeiro defende que se aumentem punições nos casos considerados graves, como ameaças. A punição prevista no estatuto é suspensão de 60 dias.
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Mas o ponto mais polêmico é quanto a composição do Conselho da Polícia Civil. Há intenção dos delegados em eleger seus representantes no conselho. O estatuto estabelece que o presidente é o delegado chefe, que pode indicar mais dois delegados com alto saber jurídico e outros três de sua escolha. Além dessas pessoas, participam o chefe da Escola Superior da Polícia Civil e o delegado chefe adjunto. Os delegados vinculados a Adepol querem que a escolha seja feita por votação.
Oficialmente, essas discussões sobre o Estatuto da Polícia Civil não encerraram. O delegado Leonyl Ribeiro, por meio de sua assessoria de imprensa, comunicou que as discussões vão continuar nos próximos dias e que a discussão ainda não está fechada.