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Estudante denuncia colega por racismo

Katia Michelle - Folha do Paraná
01 nov 2000 às 11:07

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Uma briga de escola acabou na Vara da Infância e Juventude de Curitiba com dois processos instaurados: lesões corporais e racismo. O primeiro foi ajuizado contra a estudante da quinta série N.V.S, de 15 anos. Ela diz ter sido agredida moralmente pela menor P.C., de 16 anos, que a teria chamado de "macaca" e "godzila", e quando foi tirar satisfações deixou marcas de unhas no braço da estudante. As duas foram encaminhadas pela diretoria da Escola Municipal Coronel Durival Brito e Silva para a Vara da Infância e Juventude. P.C. foi acompanhada pelos pais e N.V.S foi encaminhada sozinha, num camburão.

O caso aconteceu no último dia 18, nas dependências da escola e foi julgado ontem pela Promotoria da Infância e Juventude de Curitiba. O processo de lesões corporais contra N.V.S foi encerrado e imediatamente instaurado procedimento judicial para apurar a prática de discriminação racial. A advogada de N.V.S, Rogéria Dotti, esclarece que podem ser ajuizadas uma ação civil, por danos morais, e uma criminal, por racismo. "É inconcebível que a discriminação ainda aconteça nas escolas", opinou. Ela admite porém, que casos como esse são comuns, mas não chegam à Justiça.

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Natural de Niterói (RJ), N.V.S está em Curitiba há quase dois anos e conta que essa não é a primeira vez que sofre discriminação na escola. Ela recorda que outros colegas costumam ofendê-la, mas que nunca tinha prestado queixa. A garota nega que tenha machucado P.C. e diz que foi tentar esclarecer o fato, mas a estudante não quis conversar e ela a puxou pelo braço.

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O exame de corpo de delito realizado em P.C. conformou arranhões em seu braço, mas a promotoria da Vara de Infância e Juventude não considerou a prova como agravante. Já o processo de discriminação racial está em trâmite e será marcada nova audiência, já que pais de P.C. não compareceram ontem.

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Gilberto Camargo, pai da garota que está sendo acusada de discriminação racial, disse que não compareceu porque não recebeu intimação. "Vou até a promotoria em consideração à escola", justificou-se.


A diretora da escola Sali Mussi enfatizou que o Conselho Tutelar determinou que as garotas fossem encaminhadas para a Vara da Infância e que esse é o procedimento normal do colégio. A diretora diz estar "surpresa" com a acusação de racismo, já que existem outros estudantes negros na escola "que nunca sofreram discriminação". Ela confirmou que pichações com ofensas a N.V.S foram feitas no banheiro feminino, mas impediu que a reportagem da Folha fotografasse.

O Ministério Público vai designar nova data para audiência. O processo pode se agravar por se tratar de racismo contra menor, segundo explica o advogado Júlio Brotto. Ele salienta que o racismo é crime previsto em lei e pode determinar reclusão de seis meses a cinco anos.


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