A União Paranaense de Estudantes Secundaristas (Upes) está programando para esta terça-feira, em Curitiba, um protesto contra o reajuste de 13,7% na tarifa de ônibus do sistema integrado de transporte coletivo.
Desde domingo, as tarifas passaram de R$ 1,10 para R$ 1,25. Na linha Circular Centro - que atende os principais pontos do anel central de Curitiba - o reajuste foi ainda maior, de 20%. Os preços saltaram de R$ 0,50 para R$ 0,60.
Segundo a diretora administrativa da Upes, Chalene Pereira Jardim, a manifestação deveria ter sido feita nesta segunda. No entanto, os estudantes preferiram mobilizar grêmios estudantis e garantir um protesto mais efetivo. "Queremos fazer algo de impacto, que chame a atenção", afirmou ela, sem detalhar como será a manifestação.
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O presidente da Upes, Edemir Maciel, ameaçou. Ele disse que os estudantes estarão queimando um ônibus e deverão radicalizar o movimento. "Daqui até agosto o prefeito é que se segure. Cada dia teremos uma atividade. Vamos queimar ônibus, invadir estações tubo, realizar passeatas. As atividades serão intensas", garantiu ele. O local do manifesto só será informado minutos antes da mobilização.
A manifestação dos estudantes irá enfocar dois pontos: escolar (por causa da evasão, que de acordo com os dados da Upes, chega a 40% em Curitiba) e financeira (dificuldade de pais de alunos de pagar passagens de ônibus com o reajuste da tarifa). "É um problema sério que esta tarifa gera para os estudantes de classes mais baixas. Quem tem três ou quatro filhos vai preferir dar comida para eles na hora do almoço do que gastar tudo com transporte escolar", salientou ela.
Desde o início do ano, a Prefeitura Municipal de Curitiba já concedeu reajustes de 25% (percentual acumulado) na tarifa do transporte coletivo. A justificativa é de que o reajuste seria em decorrência do aumento do preço dos derivados de petróleo. Além do diesel, o aumento no custo de outros insumos - como pneus e lubrificantes - teriam reflexo no cálculo das novas tarifas.
Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) revelam que o aumento da tarifa acumula variação de 212,5% desde o início do Plano Real, em julho de 1994. O salário do motorista aumentou 150%, o óleo diesesl 141% e a inflação 99%.