Professores e estudantes de Curitiba fizeram um protesto, em frente ao consulado da Argentina, contra a política econômica adotada pelo ministro da Fazenda argentino, Domingo Cavallo. Eles queimaram uma cabeça de cavalo, (de papel), envolta em bandeira dos Estados Unidos. A manifestação foi em protesto à política econômica imposta naquele país pelo Fundo Monetário Nacional (FMI) e pelo Banco Mundial (Bird).
O protesto foi organizado por uma comissão de professores vinculada à Associação dos Professores do Paraná (APP) e estudantes secundaristas da União Paranaense de Estudantes (UPE) e União Paranaense de Estudantes Secundaristas (Upes). Os manifestantes entregaram uma carta simbólica ao consul, falando da solidariedade dos trabalhadores de Curitiba com os argentinos, que ontem, decretaram greve geral.
Os professores e estudantes quiseram chamar a atenção da população de Curitiba para a situação que a Argentina vive hoje, a mesma imposta no Brasil, explicou Kiko França, diretor de políticas sindicais da APP. Segundo ele, os brasileiros devem ser solidários com o protesto dos argentinos. "Eles, como nós, estão pagando a conta da política de liberalização econômica imposta pelos organismos internacionais com o desemprego, com a perda de renda, das conquistas sociais e com o empobrecimento, enquanto o capital internacional especulativo sai totalmente preservado diante das crises."
Leia mais:
MPPR denuncia técnico de enfermagem suspeito de abuso sexual contra paciente
Cambé promove mutirão de limpeza contra a dengue na região do Novo Bandeirantes neste sábado
Zezé di Camargo e Luciano, Sorriso Maroto e Gustavo Mioto estão entre as atrações do Verão Maior Paraná
IAT orienta sobre cuidados com filhotes de aves encontrados fora do ninho
Na avaliação de França, o que está acontecendo hoje na Argentina, ocorre também na Bahia, com greves nos serviços essenciais à população, enquanto o Banco Central está torrando milhões de dólares para segurar a queda excessiva da moeda no mercado. "Essa política que só atende aos organismos internacionais é uma alternativa disfarçada de prolongar o colonialismo nos países emergentes", alertou.
França prevê a proliferação de manifestações como essa em todo o País, à medida que a luta contra onda liberalizante se alastra pelo mundo. Ele apontou que o tripé traçado pelo FMI (privatização das empresas, quebra das conquistas trabalhistas e abertura de mercado) deve ser modificado. "Não se fez plebiscito e ninguém escutou a população sobre a ingerência desses organismos na nossa economia", lembrou.