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Estudantes protestam contra política argentina

Vânia Casado - Folha do Paraná
20 jul 2001 às 09:42

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Professores e estudantes de Curitiba fizeram um protesto, em frente ao consulado da Argentina, contra a política econômica adotada pelo ministro da Fazenda argentino, Domingo Cavallo. Eles queimaram uma cabeça de cavalo, (de papel), envolta em bandeira dos Estados Unidos. A manifestação foi em protesto à política econômica imposta naquele país pelo Fundo Monetário Nacional (FMI) e pelo Banco Mundial (Bird).

O protesto foi organizado por uma comissão de professores vinculada à Associação dos Professores do Paraná (APP) e estudantes secundaristas da União Paranaense de Estudantes (UPE) e União Paranaense de Estudantes Secundaristas (Upes). Os manifestantes entregaram uma carta simbólica ao consul, falando da solidariedade dos trabalhadores de Curitiba com os argentinos, que ontem, decretaram greve geral.

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Os professores e estudantes quiseram chamar a atenção da população de Curitiba para a situação que a Argentina vive hoje, a mesma imposta no Brasil, explicou Kiko França, diretor de políticas sindicais da APP. Segundo ele, os brasileiros devem ser solidários com o protesto dos argentinos. "Eles, como nós, estão pagando a conta da política de liberalização econômica imposta pelos organismos internacionais com o desemprego, com a perda de renda, das conquistas sociais e com o empobrecimento, enquanto o capital internacional especulativo sai totalmente preservado diante das crises."

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Na avaliação de França, o que está acontecendo hoje na Argentina, ocorre também na Bahia, com greves nos serviços essenciais à população, enquanto o Banco Central está torrando milhões de dólares para segurar a queda excessiva da moeda no mercado. "Essa política que só atende aos organismos internacionais é uma alternativa disfarçada de prolongar o colonialismo nos países emergentes", alertou.

França prevê a proliferação de manifestações como essa em todo o País, à medida que a luta contra onda liberalizante se alastra pelo mundo. Ele apontou que o tripé traçado pelo FMI (privatização das empresas, quebra das conquistas trabalhistas e abertura de mercado) deve ser modificado. "Não se fez plebiscito e ninguém escutou a população sobre a ingerência desses organismos na nossa economia", lembrou.


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