Aumentar a venda dos medicamentos genéricos nos próximos dois anos, atingindo 30% do mercado farmacêutico, contra os 15% atuais, é a melhor forma de facilitar o acesso da população aos remédios. Essa é a opinião do deputado estadual Jamil Haddad (PSB-RJ) - ministro da Saúde entre 1992 e 1993, época em que iniciou a luta pela difusão dos genéricos no Brasil - e também da presidente do Conselho Regional de Farmácia (CRF) do Paraná, Célia Fagundez da Cruz.
Haddad e Célia participaram de um evento em comemoração aos 40 anos do CRF. Haddad estimou que cerca de 40 milhões de brasileiros não têm condição de comprar medicamentos. "A população, principalmente a que tem renda de três a cinco salários mínimos, se beneficiou com a entrada de genéricos no mercado", disse.
Segundo Haddad, é preciso que a classe médica perca definitivamente o medo em receitar remédios desse tipo aos seus pacientes. "Na Europa, a taxa de uso de genéricos gira em torno de 50%", exemplificou. "Mas os genéricos já são uma realidade e, apesar de eu ser oposição, devo reconhecer que o Serra (José Serra, ministro da Saúde) vestiu a camisa e está realizando um bom trabalho", opinou.
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De acordo com Haddad, hoje existem 18 laboratórios nacionais que produzem exclusivamente medicamentos genéricos. Segundo ele, a qualidade desses produtos é incontestável. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem 280 genéricos registrados e outros 819 apresentados. A Anvisa, órgão do Ministério da Saúde, faz testes de bioequivalência entre o genérico e medicamento de referência para atestar a qualidade do primeiro.
A presidente do CRF disse que a população também precisa acreditar mais na eficácia do genérico. "O Ministério da Saúde precisa fazer mais campanhas, porque os remédios que foram divulgados foram bem aceitos", disse Célia. Nesta quinta-feira também foi inaugurada a nova sede do CRF, na rua Itupava, 1235, em Curitiba.