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Experiência de Guaraqueçaba pode ganhar o mundo

Israel Reinstein - Folha do Paraná
08 nov 2000 às 09:16

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Fazer com que empresas e países poluidores adquiram ou financiem áreas verdes como compensação de impactos ambientais é uma das propostas que dois pesquisadores da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) vão apresentar na 6ª Conferência da Convenção sobre Mudanças Climáticas, que acontece em Haia, Holanda. Esse conceito, implantado pela entidade em Guaraqueçaba, é conhecido como "sequestro de carbono". A conferência deve reunir representantes de 150 países.

Em Guaraqueçaba, a SPVS recebeu da empresa americana Central and South West, uma das maiores operadores de energia dos EUA, uma reserva de 7 mil hectares da Reserva Serrado Itaqui, em Guaraqueçaba. O processo foi intermediado pela organização não-governamental norte-americana The Nature Conservacy. A operadora gastou US$ 5,4 milhões pela aquisição da área e desenvolvimento do projeto de preservação. A idéia é que a empresa possa compensar 1 milhão de toneladas de dióxido de carbono (CO2), com a preservação de uma área onde as árvores absorvam a mesma quantidade deste componente.

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O projeto implementado pela SPVS faz parte de um novo conceito de preservação da camada de ozônio e combate ao efeito estufa. A idéia foi aceita mundialmente em outra confereência realizada em Quioto, no Japão. Na ocasião, o governo brasileiro apresentou uma proposta - conhecida como Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. O conceito estabelece que ocorra mudança de tecnologia para redução de gases, troca do combustível fósseis e seqüestro de carbono.

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O seqüestro de carbono permite que as áreas verdes possam se tornar commodities, que serão aplicadas em bolsas. Assim, os investimentos para preservar e aumentar focos de "reservas de oxigênios" poderiam ser adquiridos por fundos, empresas e países, em especial os desenvolvidos.

Por enquanto, essas commodities ainda não estão no mercado, porque ainda falta que todos os países do mundo se comprometam a assinar o protocolo de Quioto, que estipula prazos para diminuição da poluição. O país mais resistente é os EUA, responsável por 25% dos gases lançados na atmosfera. Os norte-americanos, junto com os europeus, depositam no ar 80% dos gases.


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