Falta de saneamento básico, água e energia elétrica. Crianças doentes e sem escola. Homens erguendo pequenos barracos de madeira. Mulheres chorando por estarem desempregadas e não terem perspectivas de trabalho. Está é a situação das 85 famílias que foram relocadas em terreno da Companhia de Habitação de Curitiba e Região Metropolitana (Cohab) na periferia de Contenda, a 45 quilômetros de Curitiba.
No último dia onze, 132 famílias foram obrigadas a deixar suas casas na localidade Ilha do Mel, que fica na Vila Audi, periferia de Curitiba. Elas foram despejadas por força de liminar concedida em favor de ação movida pela Prefeitura de Curitiba. A Justiça determinou a retirada das famílias, que ocupavam parte da Área de Preservação Ambiental (APA) do Rio Iguaçu e foram levadas para Contenda.
"Ficamos durante quatro dias vivendo embaixo de lonas. Só no domingo, quando meu marido conseguiu terminar de construir nossa casa é que pudemos nos mudar", contou a dona-de-casa Roseli de Oliveira. A filha dela, de dois anos, ficou doente por causa do vento frio que entrava no acampamento. "Se a prefeitura ía nos tirar da vila, porque não estruturou o novo local com antecedência?", questionou.
O presidente Cohab, Armando Franco Deboni, disse que a Prefeitura de Curitiba obedeceu uma ordem judicial e por isso tudo foi feito às pressas. Segundo ele, as famílias foram levadas para uma região de Contenda, onde um loteamento estava sob construção. Deboni disse que a Cohab já fechou acordo com a Urbs (órgão que gerencia o transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana) com o objetivo de implantar uma linha especial para o bairro em Contenda. Da mesma forma, a Fundepar deve equipar uma escola, que começa a operar na próxima semana. Também, segundo Deboni, deve funcionar em breve um posto de saúde.
Ontem, o mecânico Benedito Ribeiro ainda trabalhava na construção de sua casa e estava insatisfeito porque assim como os outros, não terá banheiro em sua residência. "O banheiro aqui é comunitário. As filas para usá-lo são enormes", disse. Os que moram em casas populares na vizinhança estão apreensivos. "Tenho medo de violência e roubo porque a maioria dessas pessoas não tem renda", afirmou a dona-de-casa Roseli Colaço.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Contenda, a prefeitura ficou surpresa ao receber a notícia sobre os novos moradores. "A economia do município é agrícola. Não temos mercado de trablho disponível para essas pessoas", admitiu. O município não teria condições de fornecer saneamento básico, saúde e educação para os relocados. (Colaborou Israel Reinstein)
No último dia onze, 132 famílias foram obrigadas a deixar suas casas na localidade Ilha do Mel, que fica na Vila Audi, periferia de Curitiba. Elas foram despejadas por força de liminar concedida em favor de ação movida pela Prefeitura de Curitiba. A Justiça determinou a retirada das famílias, que ocupavam parte da Área de Preservação Ambiental (APA) do Rio Iguaçu e foram levadas para Contenda.
"Ficamos durante quatro dias vivendo embaixo de lonas. Só no domingo, quando meu marido conseguiu terminar de construir nossa casa é que pudemos nos mudar", contou a dona-de-casa Roseli de Oliveira. A filha dela, de dois anos, ficou doente por causa do vento frio que entrava no acampamento. "Se a prefeitura ía nos tirar da vila, porque não estruturou o novo local com antecedência?", questionou.
O presidente Cohab, Armando Franco Deboni, disse que a Prefeitura de Curitiba obedeceu uma ordem judicial e por isso tudo foi feito às pressas. Segundo ele, as famílias foram levadas para uma região de Contenda, onde um loteamento estava sob construção. Deboni disse que a Cohab já fechou acordo com a Urbs (órgão que gerencia o transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana) com o objetivo de implantar uma linha especial para o bairro em Contenda. Da mesma forma, a Fundepar deve equipar uma escola, que começa a operar na próxima semana. Também, segundo Deboni, deve funcionar em breve um posto de saúde.
Ontem, o mecânico Benedito Ribeiro ainda trabalhava na construção de sua casa e estava insatisfeito porque assim como os outros, não terá banheiro em sua residência. "O banheiro aqui é comunitário. As filas para usá-lo são enormes", disse. Os que moram em casas populares na vizinhança estão apreensivos. "Tenho medo de violência e roubo porque a maioria dessas pessoas não tem renda", afirmou a dona-de-casa Roseli Colaço.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Contenda, a prefeitura ficou surpresa ao receber a notícia sobre os novos moradores. "A economia do município é agrícola. Não temos mercado de trablho disponível para essas pessoas", admitiu. O município não teria condições de fornecer saneamento básico, saúde e educação para os relocados. (Colaborou Israel Reinstein)