Luis Fernando Pimentel Mussi, filho do secretário de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul e presidente do Jockey Club do Paraná, Luis Mussi, prestou depoimento nesta terça-feira na Promotoria de Investigações Criminais (PIC), órgão vinculado ao Ministério Público (MP) estadual.
Ele negou seu envolvimento com Athayde de Oliveira Neto, na organização do show de rock ''Unidos pela Paz'', realizado no dia 31 de maio, em que três adolescentes morreram pisoteados.
Depois de quase duas horas e meia de depoimento, Luis Fernando saiu da PIC escondido no porta-malas de um carro para fugir da imprensa. Para despitar os jornalistas, dois carros - um BMW e um Palio Adventure - saíram do pátio da PIC ao mesmo tempo. O advogado dele, Roberto Brezezinski, também se negou a dar entrevista.
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De acordo com o promotor da PIC, Paulo Lima, Luis Fernando disse em seu depoimento que Athayde Neto era o único responsável pela organização do show. Admitiu que é amigo de Athayde há cerca de três anos e que já o ajudou em outros eventos como o show de Bruno e Marroni, em 2001, também no Jockey Club, e o MTV Eletrônica, no ano passado, na Ópera de Arame.
O show da dupla sertaneja também foi realizado sem alvará da Prefeitura de Curitiba, segundo ação civil pública movida pela Promotoria de Defesa dos Direitos do Consumidor. Nesse processo, o MP pede a interdição do Jockey para eventos de grande porte, pois o local não ofereceria condições de segurança.
Luis Fernando disse, ainda, em seu depoimento, que o Canal 21, emissora onde trabalha como gerente e que é de propriedade de seu pai, Luis Mussi, só ajudou na divulgação e colocou uma funcionária, Joslaine Meger, à disposição para receber os valores da venda dos ingressos e fazer alguns pagamentos.
Segundo o promotor, ele não confirmou que teria pedido para Athayde que fizesse o evento no Jockey. Essa foi a versão apresentada por seu pai em entrevista dada na segunda-feira para a Folha.
Luis Fernando Mussi confirmou que estava no show em função do contrato de mídia e que, por ser filho do presidente do clube, também estava preocupado com possíveis danos ao patrimônio do Jockey. Negou que tenha orientado os seguranças do evento no dia do show, mas disse que recomendou a Athayde que os instruísse para preservar as dependências do clube.
Ele disse ainda que, só com o valor arrecadado com os ingressos Athayde poderia pagar as despesas do evento.
O depoimento da prima de Luis Fernando, Maria Augusta Gubert Mussi, responsável pela distribuição dos ingressos do show nos pontos de venda, confirmou que foi excessiva a quantidade de convites colocados à venda.
Segundo Paulo Lima, o número de ingressos vendidos e de cortesia foi três vezes a capacidade do local. Foram vendidos 21 mil ingressos, além de cerca de 4 mil cortesias, e o espaço comportaria cerca de 8 mil pessoas. A arrecadação com os ingressos teria sido de R$ 340 mil.
O advogado que acompanhou Maria Augusta no depoimento, Nelso Rodrigues, disse que ela foi contratada por Athayde para controlar a venda dos ingressos. Por esse trabalho, ela receberia R$ 500,00 e teria as despesas ressarcidas. Segundo o advogado, Maria Augusta já trabalhou para Athayde em outros eventos, como o show de Bruno e Marroni.