A Polícia Federal do Paraná reforçou ontem a segurança na sede de Curitiba para evitar tentativas de fuga ou de resgate de Marcelo Moacir Borelli, acusado de praticar dezenas de assaltos a carros-fortes, homicídios e de tortura contra uma menina de três anos. Ele foi transferido para o Paraná após um motim em Brasília. Com uma arma feita de sabão, ele e outros três presos teriam exigido a transferência para os estados onde respondem processos. "Ele é preso de São José dos Pinhais e tem que ficar em Curitiba", defendeu o advogado criminalista Júlio Militão.
Borelli foi preso em outubro do ano passado, em São Luis do Purunã, 29 quilômetros de Curitiba. Ele viajava na cabine da carreta Volvo de placas KAV-2900, de São José dos Pinhais, quando foi abordado pela polícia. Ele estava com mandado de prisão decretado pela Justiça Federal. Os policiais teriam apreendido o caminhão e obrigado Borelli a levá-los até a casa onde estava abrigado no Jardim Urano, na Região Metropolitana de Curitiba.
Foram apreendidos na operação dois caminhões que seriam usados para transporte de armas, 30 celulares e radiocomunicadores, uma metralhadora de combate antiaéreo, quatro fuzis e submetralhadoras, quatro coletes da Polícia Civil e dez fitas de vídeo. Ele foi preso e autuado em flagrante em Curitiba por tráfico de armas.
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Numa das fitas, ele apareceu torturando uma menina de três anos de idade. As torturas teriam tido a participação de Maria Ilda de Carvalho (tia de Borelli), Maria Cristina Pereira Marques (amante de Maria Ilda) e Zenice Pires (amante de Borelli e mãe da garota). A fita teria sido gravada entre os dias 10 e 11 de setembro do ano passado. Nas imagens da fita de vídeo aparecem cenas da garota sendo espancada brutalmente por Borelli e uma mulher mascarada. Ela é afogada com esguichos no rosto, pisoteada e sufocada com panos. Em alguns momentos, Borelli joga desodorante nos olhos da garota e dá choques elétricos. Este caso está sendo analisado pela Justiça de São José dos Pinhais.
Os dois flagrantes são considerados nulos pelo advogado de Borelli. "Foram provas adquiridas de forma irregular. A prisão e apreensão das fitas e materiais na casa onde estava Borelli foram feitas sem mandado judicial. Vou pedir a nulidade do processo", considerou.
Por se tratar de Marcelo Borelli, foram escoltados policiais militares da Ronda Ostensiva de Natureza Especial (Rone) e da Companhia de Choque. "Tomamos todas as precauções", afirmou. Agentes federais de Brasília do Grupo de Operações Táticas Especiais (Gote) também estiveram em Curitiba para evitar um suposto resgate de Borelli. De acordo com o delegado Juliano Maciel, superintendente da Polícia Federal, o assaltante ficou preso em uma cela isolada, com câmeras de monitoramento.