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Paraná

Foz do Iguaçu: 90 anos de maravilhas e desenvolvimento

Redação Bonde
10 jun 2004 às 18:30

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Muita gente relata como chegou a Foz do Iguaçu, quais os motivos que levaram a aportar neste finzinho de Paraná e de Brasil. O motivo mais comum é o trabalho na Itaipu. Gente que veio com a intenção de ter um emprego, juntar dinheiro e ir embora. Gente de todos os cantos do país. Essa intenção de logo ir embora, porém, para muitos, acabou resultando em permanência definitiva, na construção de uma vida inteira por aqui.

Eu não posso fazer o mesmo. Não posso contar como cheguei aqui, porque tenho o privilégio de ter nascido em Foz do Iguaçu. E acompanhei, praticamente de dentro da minha casa, na rua Jorge Samways, a chegada de verdadeiras multidões, que vinham em busca do tão sonhado emprego na Itaipu. Na esquina da minha casa, ficava o centro de recepção desses trabalhadores.

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Podem falar que a Itaipu trouxe um desenvolvimento desenfreado para Foz, mas, quer queiram quer não, a Usina fez com que toda a região despertasse para a vida, literalmente. Antes dela, havia lama, ou poeira, um comércio pequeno, um turismo tímido.

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Olho à minha volta, quantas pessoas que vieram para cá por causa da Itaipu e que hoje convivem com a população autóctone, dos que nasceram aqui, ou mesmo dos que aqui chegaram, há décadas. Na escola, no trabalho, no cotidiano, todos representam uma comunidade unida. Famílias que se constituíram, destinos que se cruzaram, oportunidades que se concretizaram.

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É claro que este ano, em que Foz do Iguaçu completa 90 anos, o saudosismo bate à porta, com tudo. Pioneiros são lembrados, fotos são buscadas no fundo das gavetas e todos relembram os fatos marcantes da nossa história. Passo a recordar também daquela Foz pacata, em que se conseguia ouvir o sino da igreja, mesmo distante.


Lembro-me da minha rua sem asfalto, a Jorge Samways, quase esquina com a Almirante Barroso, das "valetas" que dificultavam a chegada em casa. Lembro-me do rio Monjolo, hoje canalizado, que podia ser visto por ali. E mais, podíamos brincar no rio, mulheres lavavam roupa nele. E ele era cristalino. Aliás, o cheiro da mata, o barulho do rio parecem me acompanhar pela vida. Essa sensação só era quebrada quando chegava a hora da torrefação de café na fábrica que ficava na vizinhança, o Café Etrusco. Aquela fumaça saindo pela chaminé, aquele cheiro forte, muitos reclamavam, mas hoje eu daria tudo para sentir de novo.

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O asfaltamento da rua, o primeiro semáforo instalado, a televisão em cores, o telefone tocando pela primeira vez, tudo isso foi muito marcante para uma menina que não entendia direito o que significava o progresso.


Lembro-me dos passeios de carro aos domingos na Ponte da Amizade, em que passávamos por baixo da ponte, descíamos para contemplar a paisagem, admirar o rio e o país vizinho. Passeios inesquecíveis, assim como aqueles às cataratas.

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As casas sem muros, os quintais com poços, os fogões a lenha. O Príncipe Hotel, na esquina com a Brasil, o armazém, açougue e padaria do meu avô, Pedro Rodinski, na mesma esquina. Meu avô, aliás, como trabalhou, como suou a camisa! Lembro-me dele debruçado naquelas máquinas manuais de fazer o pão de cada dia. Abria massas com a força de suas mãos, era tudo muito rudimentar. Lembro-me do meu tio Fabrício saindo de carroça com os pães, para fazer entrega, enquanto minha avó, Felícia, cozinhava para "exércitos" de familiares e empregados. Vida dura, vida simples, de uma Foz recente, pode-se dizer, que ficou para trás.


Hoje, meus avós não estão mais aqui para contar suas histórias, assim como muitos outros já se foram. Eu desejo que essas lembranças nunca desapareçam, por mais que a cidade cresça, que sempre seja possível se recordar o passado. Que seja sempre possível lembrar dessas pessoas, do quanto contribuíram para o início desse desenvolvimento.

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Que sempre seja possível voltar à memória a terra que o asfalto cobriu, o rio que corre embaixo dos nossos pés, as pequenas coisas que foram transformando a nossa cidade. Cidade que já foi de poucos e hoje é do mundo. A Terra das Cataratas, minha terra, com muito orgulho.


(Texto da turismóloga e jornalista Elaine Rodinski Mota Mello)

Fonte: Prefeitura de Foz do Iguaçu


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