A irmã Anilse Terezinha Bianchini, 58 anos, presa desde o último dia 23, deve receber alta hoje do Hospital Nossa Senhora de Belém, em Guarapuava. Anilse foi presa a pedido do Ministério Público daquela comarca, que investiga a participação dela em casos de adoções irregulares, tortura contra crianças, falsidade documental e coação de testemunhas. No dia seguinte a sua prisão, a religiosa passou mal e foi levada ao Hospital Nossa Senhora de Belém, onde permanece internada e vigiada por policiais militares.
Ontem o médico que cuida de irmã Anilse, Edson Carlos Crema, confirmou que a religiosa está apresentando melhoras no seu quadro clínico, mas ainda precisa de cuidados médicos. "Ela precisa sobretudo de repouso", reforça o médico. Para ele, a irmã pode ser levada novamente para a delegacia, desde que no local seja colocada uma cama, para que ela tenha condições ideais de repousar. Isso porque, o principal problema de saúde de irmã Anilse é a insuficiência venosa, que provoca o inchaço das pernas.
Outros três médicos de Guarapuava foram notificados ontem para compor uma junta médica que deve examinar a religiosa e acompanhar o tratamento que ela vem recebendo. A junta foi designada pela juíza da 1ª Vara Criminal, Carmen Mondin. Segundo Crema, um dos médicos fez sua avaliação na tarde de ontem. Mas ele não quis informar quem era o profissional.
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Ontem o advogado de Anilse, Miguel Nicolau Júnior, pediu novamente o relaxamento da prisão -a liberação imediata ou a prisão domiciliar. "O laudo que será apresentado pela junta médica vai reforçar a necessidade de ela ficar repousando em casa", confia.
A promotora Lucimara Ernlund informou que o Ministério Público pode pedir a revogação das três adoções intermediadas pela religiosa, já comprovadamente feitas de forma irregular. Porém, essa decisão, segundo a promotora, depende de uma avaliação das condições de bem-estar das crianças.
Além do Ministério Público, somente a Vara da Infância e Juventude tem competência para pedir a anulação. Até o final da tarde de ontem esse pedido ainda não havia sido feito. Além das três adoções irregulares já comprovadas, o Ministério Público suspeita de outros 70 casos que tiveram a participação de Anilse.
A freira e outras sete pessoas envolvidas no caso devem depor em juízo na terça-feira que vem, dia 10. O Ministério Público chegou até a religiosa através de uma denúncia de omissão de socorro a uma criança, feita por sete funcionárias da creche Santa Terezinha, que foi dirigida por Anilse durante nove anos.