A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) anunciou a realização de obras de saneamento básico em 119 dos 399 municípios paranaenses. Os investimentos somarão R$ 10,2 milhões e serão repassados diretamente para que as prefeituras apliquem na construção de sistemas de abastecimento de água, coleta de esgoto, coleta de resíduos sólidos (como o lixo) e na construção de módulos sanitários.
As obras de saneamento são fundamentais para reduzir a mortalidade infantil provocadas por doenças associadas a veiculação hídrica, como a febre tifóide, coléra e diarréias. "A maior parte desses recursos é destinada para a construção de banheiros em domicílios que não têm. E não são poucos", afirmou Mauro Ricardo Machado Costa, presidente da Funasa.
Do total investido no Paraná com saneamento, R$ 1,6 milhão serão destinados para as 36 aldeias indígenas do Estado, beneficiando cerca de 10 mil habitantes. Com os índios, as maiores preocupações dizem respeito as doenças parasitárias, diarréias, insuficência respiratória aguda e alcoolismo. "O maior desafio que temos com os índios é a desnutrição, que acaba gerando fraqueza e desenvolvimento de doenças", analisou.
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Para diminuir a desnutrição, a Funasa distribui complementação alimentar (leite, multimistura). "Fazemos algumas ações emergenciais. Até para combater o estado de absoluta pobreza em que vivem os índios", complementou.
Com cursos de capacitação em vigilância sanitária, a Funasa está aplicando R$ 21,7 milhões no Paraná. As ações beneficiam 381 dos 399 municípios paranaenses. Ao todo serão capacitados 644 profissionais de saúde. A intenção é fazer com que os técnicos municipais de nível superior possam realizar ações de vigilância e epidemiologia, monitorando e investigando todas as ocorrências transmitidas por vetores como a dengue, a malária e a leischmaniose.
Desde 2000, o processo de fiscalização está sendo realizado pelos municípios de forma descentralizada. "Quem tem que fiscalizar e realizar ações preventivas é o município. Damos os recursos necessários, compramos os imunobiológicos, coordenamos as imunizações e fazemos a gestão de todo o processo", afirmou Costa.
Em todo o País, estão sendo capacitadas quatro mil pessoas. Com a descentralização, a Funasa acredita que o processo de detecção de doenças melhorou. O aparecimento de zoonoses como a hantavirose foi uma consequência disto. "Determinadas doenças como a hantavirose apareceram por dois motivos. Melhoria no sistema de detecção e interferência humana no meio ambiente", constatou. No Paraná, as maiores preocupações ficam por conta das regiões Oeste e Noroeste. Principalmente em áreas próximas a fronteira com o Paraguai.
Este ano, a Funasa realizou quatro campanhas de vacinação com a aquisição de vacinas para a população brasileira. Foram gastos R$ 300 milhões com as campanhas de vacinação do idoso (abril), primeira etapa do combate a poliomelite (junho), segunda etapa da polio (agosto) e raiva (setembro). Para o mês que vem está prevista uma campanha de vacinação contra a rubéola, para mulheres com idades entre 12 e 29 anos.