O atendimento no Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba, o maior hospital público do Paraná, vai ficar prejudicado a partir desta terça-feira. Os funcionários da instituição contratados pela Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) entram em greve nesta terça por tempo indeterminado. São cerca de 1,3 mil nessa situação, de um total de cerca de 3,5 mil que trabalham no HC.
Os trabalhadores decidiram pela paralisação na quarta-feira passada. O sindicato que representa a categoria, Sinditest, pede reposição salarial de 18,75%, referente à reposição da inflação acumulada nos últimos 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e 26% de aumento no vale-alimentação. A data-base da categoria vence no próximo dia 1º. Está prevista uma assembléia às 8 horas para debater sobre a paralisação.
De acordo com um representante da comissão de negociação dos trabalhadores da Funpar, Jonas de Souza Pinto, a direção da fundação não quis negociar com o sindicato. ''A gente marcou a primeira reunião e eles mandaram pessoas sem competência para negociar. O segundo encontro foi desmarcado por eles e no terceiro eles nem apareceram'', afirmou.
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Na semana passada, o diretor-geral do HC, Giovanni Loddo, disse que o sindicato tem que cumprir algumas exigências legais para a Funpar iniciar a negociação salarial. Loddo declarou que se a greve prejudicasse o atendimento no HC, iria recorrer à Justiça.
No dia 15, o HC obteve liminar, concedida pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 9ª Região, obrigando o Sinditest a exibir no prazo de cinco dias os documentos exigidos pela Funpar, sob pena de multa diária de R$ 500,00.
O Sinditest alega que o prazo só começa a correr a partir de hoje por causa do recesso da Justiça durante a Semana Santa.
Em maio do ano passado, os funcionários do HC também fizeram greve por reposição salarial. O movimento durou menos de uma semana e a Funpar concedeu reajuste em cascata, com percentual máximo de 7,5%.
''Só conseguimos isso por causa do movimento. Mas nesse ano a situação está pior, porque a Funpar não sentou nenhuma vez para negociar'', disse Pinto.