O botânico curitibano Gerdt Guenther Hatschbach, de 86 anos, faleceu na madrugada desta terça-feira (16), vítima de infecção generalizada. Ele estava internado na UTI do Hospital Nossa Senhora do Pilar, na capital, desde o mês passado.
O corpo de Gerdt Hatschbach está sendo velado na capela 3 do Cemitério Municipal São Francisco de Paula e o enterro será na quarta-feira (17), às 11 horas, na Comuna Evangélica Luterana, na Rua Ivo Leão, 205, no bairro Alto da Glória.
Gerdt Guenther Hatschbach criou, em 1965, o Museu Botânico Municipal, que hoje funciona dentro do Jardim Botânico de Curitiba.
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No seu aniversário de 89 anos, em agosto de 2012, o museu organizou uma exposição em sua homenagem. A mostra contava a história de vida e a trajetória profissional do botânico, além de exibir algumas de suas coleções.
Doutor Honoris Causa em Botânica, Hatschbach coletou mais de 80 mil plantas, entre elas cerca de 500 espécies novas para a ciência. Prova do reconhecimento pelo seu trabalho no campo da Botânica é que 177 plantas levam o nome Gertii ou Hatschbachii na espécie, em sua homenagem. Há também dois gêneros de plantas catalogados: Hatschbachia e Hatschbachiella.
Em 2011, o Conselho Regional de Biologia, Paraná e Santa Catarina (CRBio7), concedeu-lhe o título de Biólogo Honorário. Em 2012, recebeu o título de Comendador da Ordem do Pinheiro, conferido pelo governo do Estado do Paraná em reconhecimento aos relevantes serviços prestados à botânica.
Luto - O prefeito da capital, Gustavo Fruet, decretou luto oficial de três dias pela morte. "O professor Gerdt Hatschbach ficará para sempre como um nome que orgulha Curitiba e o Brasil", afirmou o prefeito, em nota oficial. "Seu falecimento é uma perda para a comunidade científica mundial, para Curitiba e para as várias gerações que se acostumaram a tê-lo como um mestre, uma sábia referência no campo da Botânica", completou.
Trajetória - Gerdt Guenther Hatschbach nasceu em 22 de agosto de 1923, em Curitiba. Em 1975, casou-se com Maria Magdaura Hatschbach, que durante décadas o acompanhou em expedições pelo Brasil e exterior. O casal não teve filhos.
Em 1942, Hatschbach coletou, no local onde hoje é o Parque Barigüi, a primeira planta, uma Calyptocarpus biaristatus, que deu início ao seu acervo e que viria a ser a semente do Museu Botânico Municipal.
Formou-se no curso técnico em Química Industrial, em 1945, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Em 1965, a convite do prefeito Ivo Arzua Pereira, organizou o Museu Botânico Municipal em uma pequena casa, no Passeio Público, exercendo a função de chefia.
Na ocasião, ele fez a doação do acervo particular do Herbário Hatschbach (HH) ao Museu Botânico Municipal. Faziam parte do acervo mais de 3 mil publicações, 20 mil exsicatas de herbário, lupas, microscópios e outros equipamentos.