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Golpista saca R$ 600 mil da Caixa

Israel Reinstein - Folha do Paraná
07 jun 2001 às 10:38

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A Caixa Econômica Federal pode ter que pagar R$ 600 mil ao fazendeiro João Luiz Carraro, que teve essa quantia desviada em uma agência do banco em Curitiba. Carraro iria receber parte de uma indenização de desapropriação de terra, feita em uma de suas fazendas na região de Paranavaí, Noroeste do Estado. No entanto, uma pessoa chamada Alarico José Medeiros desviou o dinheiro apresentando uma procuração falsa, que o autorizava a resgatar esse recurso.

Por causa do desvio, a Caixa aguarda o resultado das investigações da polícia e o fechamento de uma sindicância interna para depois pagar o fazendeiro. O caso aconteceu há três meses, mas somente agora a Polícia Federal divulgou o golpe.

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Para realizar a fraude, o golpista criou uma identidade falsa - a de Alarico José Medeiros, cujo o documento foi emitido em Santa Catarina. Também forjou um endereço, que foi usado para abrir uma conta na agência do Juvevê, em Curitiba. Ele usou uma conta de luz de imóvel, o qual visitou alegando que iria alugar. Após a visita, ele requereu a ligação da luz na Copel, que emitiu uma conta em seu nome.

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Além disso, foi adulterado um carimbo do 11º cartório de Curitiba, situado no Pinheirinho. O carimbo serviu para autenticar uma falsa procuração de João Luiz Carrano para Alarico José Medeiros.

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Com informações sobre o pagamento da indenização ao fazendeiro, Alarico Medeiros obteve da Justiça Federal o direito de recebê-la e movimentá-la, comercializando com uma corretora. "A indenização foi paga com Títulos de Dívida Agrária (TDA), que são ações em forma de dinheiro", explicou o procurador do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Nirclésio Zabot. Os R$ 600 mil representam 80% do valor total do valor do imóvel.


Com essas informações e a documentação necessária, Alarico Medeiros abriu a conta no banco. Com a procuração, o dinheiro da indenização, que iria para João Carrano, pode ser transferido para a conta do fraudador. Para não levantar suspeita, o golpista depositou o recurso na poupança, a qual foi esvaziando aos poucos.

Por causa da complexidade do golpe, o delegado responsável pelo processo, Marco Antônio Moura, está investigando vários pontos. Foi solicitado a fita de segurança da agência para que se faça o recolhecimento do fraudador. Também está se colhendo informações na imobiliária, onde Alarico Medeiros visitou para ter acesso ao imóvel usado como referência de moradia. A Polícia Federal também quer saber como o farsante tinha tantas informações sobre a indenização.


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