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Mudança

Governo do Estado aumenta para 25% o percentual de álcool na gasolina

Redação - Bonde
26 mai 2003 às 08:18

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O consumidor paranaense vai adquirir gasolina com um percentual maior de álcool.

O governador Roberto Requião (PMDB) assinou na última sexta-feira, dia 23, decreto que aumenta de 20 para 25% o percentual de adição de álcool na gasolina para o Estado do Paraná.

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O decreto de nº 1309 entra em vigor na data de publicação.

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A medida foi adotada por sugestão do secretário estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, já que o álcool é um combustível menos poluente e também pela chegada do inverno, quando os gases ficam mais baixos, se dispersam menos, o que agrava o efeito nocivo da poluição atmosférica sobre a saúde humana.

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Segundo Cheida, a redução do percentual de mistura agrava a poluição atmosférica com produção de mais gás e monóxido de carbono.


Este último, segundo Cheida - que é médico - se liga irreversivelmente aos glóbulos vermelhos, destruindo-os.

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"No frio, a menor dispersividade dos gases e a tendência que eles têm de baixar provoca maior número de doenças cardíacas e respiratórias graves. Voltar aos índices de 25% na mistura significa reduzir a poluição atmosférica ", disse.


De acordo com a Cetesb - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, de São Paulo, sobretudo no período de inverno ocorrem as chamadas "inversões térmicas", que é uma condição meteorológica decorrente da sobreposição de uma camada de ar quente a uma de ar frio, impedindo o movimento ascendente do ar.

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Como nessa camada mais baixa fica mais frio, o ar mais pesado faz com os poluentes se mantenham próximos da superfície, sobretudo no período noturno.


Em um ambiente com um grande número de indústrias e de circulação de veículos, como o das cidades, a inversão térmica pode levar a altas concentrações de poluentes, podendo ocasionar problemas de saúde.
Desenvolvimento sustentável.

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Para o secretário Luiz Eduardo Cheida, outro efeito importante do aumento da adição do álcool é o de mostrar como é possível compatibilizar desenvolvimento econômico com equilíbrio ambiental.


"Mesmo que implique em pequeno aumento de consumo de álcool, este é um bom exemplo de desenvolvimento sustentável".

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De acordo com Edilson Bernardim Andrade, assessor do Centro Brasileiro de Referência em Biocombustível, do Tecpar, o aumento do percentual de álcool na gasolina em até 26% produz efeitos positivos na redução de poluentes lançados na atmosfera.


"A gasolina não é um combustível oxigenado, queima com dificuldade. O álcool é uma molécula curta, com oxigênio, facilita a combustão da gasolina e emite menos poluentes", explica.

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Com base na legislação, Lei Federal 8.723, de 28 de outubro de 1993, os motores de carros são construídos para funcionar com uma mistura de 22% de álcool na gasolina.


Apesar disso, as montadoras ajustam os carros para que possam trabalhar com uma pequena margem de diferença, de forma que o aumento da quantidade de álcool para 25% não causa prejuízos ao funcionamento e durabilidade dos motores.


"Não há nenhum problema para os carros, pelo contrário. O rendimento do motor é ainda maior", considera Adriano da Silva Dias, superintendente da Alcopar (Associação de Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná).


Segundo dados da Alcopar, nas duas últimas décadas esta é a segunda vez que a mistura de álcool na gasolina atinge o índice de 25%.


Para Pedro Millan, diretor de planejamento do Sindicombustíves-PR, as mudanças na quantidade de álcool e gasolina têm como regulador os períodos de safra e entressafra da cana-de-açúcar, que são diferentes para as regiões Centro-Sul e Norte-Nordeste.


Para a região Centro-Sul, a estimativa da Alcopar é que o aumento do índice de álcool na gasolina represente a venda de 1 bilhão de litros de álcool anidro a mais, em 2003, de um equivalente total de 6,2 bilhões de litros.


O aumento do álcool na gasolina, autorizado pelo governador Roberto Requião, também pode ser uma boa notícia para o bolso do consumidor.


A redução da quantidade da gasolina em 5% na mistura pode representar o barateamento dos custos do produto.

O valor mínimo do litro da gasolina no varejo está custando R$ 1,939, enquanto o álcool é encontrado a R$ 1,23.


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