O Governo do Paraná está implantando a vigilância epidemiológica para hantavirose em todas a regiões do Estado. Representantes das 22 Regionais da Secretaria Estadual da Saúde participaram nesta terça-feira (28), em Curitiba, de uma reunião sobre a hantavirose, doença transmitida pela urina e fezes de ratos silvestres que pode provocar a morte.
Como a hantavirose é uma doença emergente, precisamos de profissionais treinados e atentos em todas as regiões", afirmou o diretor do Centro de Saúde Ambiental, da Secretaria de Saúde, Isaias Cantoia Luiz.
Durante a reunião foram discutidos os casos no Paraná, forma de contaminação, sintomas e a importância do treinamento dos profissionais para o diagnóstico e o tratamento precoce.
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Os técnicos receberam ainda material explicativo e referências bibliográficas sobre o assunto. "Esse encontro faz parte da estratégia de enfrentamento da doença no Paraná", diz Cantoia.
Outra medida adotada pela Secretaria é uma campanha de esclarecimento que já está sendo veiculada nas rádios da região centro-sul do Estado. "Como as pessoas da zona rural são as que estão mais expostas à doença, acreditamos que o rádio seja um bom veículo para divulgar as informações".
De acordo com a diretora da 6ª Regional de Saúde de União da Vitória, Margarete Olivo, o esclarecimento traz bons resultados no combate à hantavirose. "Desde que as primeiras ocorrências da doença foram registradas na região começamos a fazer reuniões e orientar as mudanças nos acampamentos onde ficam os trabalhadores rurais que atuam no corte de madeira e estamos há três semanas sem novos casos suspeitos".
A hantavirose é uma doença com letalidade em torno de 60% no Brasil mas na região Sul esse índice cai para 44% e no Hospital Regional de União da Vitória, onde foi feito o primeiro diagnóstico de hantavirose no Paraná ele é menor ainda, 33%.
O médico Pedro José Müller, que trabalha na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional explica que isso é possível porque as pessoas estão chegando para o atendimento na fase inicial da doença. "Na nossa região os profissionais de saúde estão fazendo uma boa triagem dos pacientes e isso está salvando vidas".
Números
hantavirose, sendo 5 na zona rural da região de General Carneiro e 2 na região de Campina Grande do Sul, perto de Curitiba.
Do total, duas pessoas morreram. Também estão sendo investigados outros 7 casos suspeitos, 5 na região de Guarapuava, entre eles uma criança de 11 anos, 1 na região de Bituruna e outro na região de Paulo Frontin.
A hantavirose é uma doença emergente causada por um vírus que existe na urina, fezes e saliva de ratos silvestres. A transmissão se dá pelo contato com fezes e urina desses ratos, especialmente em locais fechados. O vírus se espalha no ar, entrando no corpo pela respiração. A doença também pode ser transmitida pela mordida do rato.
A médica Gizele Fernandes Furtado, que também trabalha na UTI do Hospital Regional de União da Vitória, afirma que os sintomas da doença são facilmente confundidos com os de uma gripe.
Ela diz ainda que quando uma pessoa saudável, que mora principalmente na zona rural, começa a apresentar dores de cabeça e no corpo, febre, fraqueza, com evolução para falta de ar é preciso procurar imediatamente o serviço de saúde. A pessoa também pode conseguir informações através do telefone do CIT - Centro de Informações Toxicológicas, o número é 0800-410148. A ligação é de graça.
Estudo epidemiológico
Para confirmar a circulação do vírus entre os trabalhadores da zona rural de General Carneiro, onde aconteceram os primeiros casos da doença neste ano, a Secretaria Estadual de Saúde está realizando estudo epidemiológico.
Para isso foram colhidas 142 amostras de sangue de trabalhadores de dois acampamentos, e enviadas para o Instituto Adolfo Lutz de São Paulo para realização do teste IGG.
O resultado foi positivo para 25 trabalhadores, o que significa que eles apenas tiveram contato com o vírus. É importante esclarecer que esses 25 trabalhadores não estão com hantavirose, mas que em algum momento da vida deles tiveram contato com o vírus, sem que isso implicasse na manifestação da doença", afirma Gisélia Rúbio.
No Paraná, até a 48ª semana epidemiológica (27/11/2000) foram confirmados 7 casos de