O governo do Estado promete organizar uma força-tarefa que envolverá a Secretaria do Meio Ambiente e organizações não-governamentais (ONGs) paranaenses na tentativa de proteger o 0,8% remanescente de floresta de araucária em todo o Estado.
A idéia é criar um projeto ecológico e econômico para impedir a derrubada de mata nativa para o plantio de pinus no estado.
A decisão foi tomada pelo governador Roberto Requião (PMDB) na terça-feira depois de uma reunião com o secretário do Meio Ambiente, Luís Eduardo Cheida, e os ambientalistas Teresa Urban, coordenadora do Instituto de Estudos Ambientais Mater Natura, Clóvis Borges, diretor da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e Vânia Mara Moreira dos Santos, presidente do Instituto Os Guardiões da Natureza.
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No encontro, o governador determinou que o grupo trabalhe em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente e que todas as informações e projetos sejam repassados diretamente para ele. Requião anunciou ainda que o governo vai melhorar a infra-estrutura da Polícia Florestal para que ela possa ampliar a fiscalização no Estado.
A coordenação do grupo ficará sob a responsabilidade da ambientalista Teresa Urban. Segundo ela, a primeira medida será a criação de uma política de proteção às últimas florestas de araucária, em especial na Região Centro-sul e Oeste do Estado. Outra meta é estender as propostas aos outros Estados do Sul do país para tentar conter a devastação nas áreas de araucária remanescentes em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A ambientalista explica que, dos 46 mil quilômetros de florestas de araucária existentes do Paraná, 99,2% já foram derrubados. "A Araucária é o símbolo do Paraná e corre o risco de ser extinta por negligência e falta de uma política clara de proteção. Saímos satisfeitos da reunião e com a certeza que o governo está preocupado com a questão", disse.
A devastação de áreas de florestas na Região Central do Estado e, em especial, na cidade de Prudentópolis foi denunciada por Vânia Mara Moreira dos Santos, do Instituto Guardiões da Natureza.
Segundo ela, grandes madeireiras e agricultores estão devastando áreas de proteção para plantar fumo e soja. "Vamos tentar criar um zoneamento econômico e ecológico nessa Região e tentar conversar com os agricultores para a formulação de um mecanismo de compensação", explicou.