No dia 20 de fevereiro, sábado após o feriado de Carnaval, policiais civis de todo o Paraná prometem cruzar os braços. A greve por tempo indeterminado foi aprovada em quatro assembleias realizadas pelos sindicatos representantes da categoria em Curitiba, Londrina, Cascavel e Maringá. Apenas os serviços essenciais serão mantidos, uma vez que 30% do efetivo, por lei, deve permanecer em atividades.
Durante a paralisação, uma série de atos estão programados. Na manhã do dia 20, haverá concentração de grevistas na Boca Maldita, na Capital, e no Calçadão de Londrina. Nos demais dias eles ficarão em frente às delegacias distribuindo material informativo sobre os motivos da greve à população. Um ''portal da insegurança'' itinerante irá passar pelas principais cidades do Estado. ''É uma catraca que quando o cidadão passa registra sua insatisfação com a segurança. Será uma pesquisa de campo que faremos e depois iremos divulgar o resultado'', conta André Luiz Gutierrez, presidente do Sindicato das Classes Policiais do Paraná (Sinclapol).
A adesão da classe, segundo Gutierrez está próxima de 100%. ''Das quatro assembleias, apenas a de Curitiba não foi unânime para aprovar a greve''. Um quinto conselho de greve deve ser formado em outra cidade polo do Estado para facilitar as negociações.
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A categoria tem uma pauta de reinvindições extensa, mas, de acordo com o presidente do Sinclapol, o ponto base nas negociações será a questão salarial. ''O salário inicial do policial civil, de nível superior, está em R$ 1.955. No topo da carreira chega a R$ 2,7 mil. O salário de um agente penitenciário, de nível médio, começa em R$ 2,5 mil e chega a R$ 5,7 no final de carreira.'' Eles também reclamam de desvio de função devido a falta de um Plano de Cargos e Salários, além de falta de estrutura e de efetivo.
A Secretaria de Estado da Administração e da Previdência publicou matéria na Agência Estadual de Notícias informando que os três cargos da Polícia Civil com maior número de servidores - investigador, escrivão e papiloscopista - tiveram aumento de 57% no salário nos últimos sete anos. ''Para este ano, as secretarias da Administração, do Planejamento e da Fazenda já estão acompanhando a relação entre projeção da receita para o exercício e a arrecadação efetivamente realizada, bem como a evolução da folha de pagamento do Poder Executivo''.
Gutierrez confirma o aumento, mas o compara a outro reajuste salarial de uma categoria subordinada à mesma pasta. ''Nosso aumento foi sim de 57%, em média. Em compensação, no mesmo período o aumento dos Policiais Militares foi de 217%''. As duas carreiras são da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). A Sesp informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não iria comentar a greve dos policiais civis por enquanto.