O Hospital Hipólito da Lapa (município que fica 71 quilômetros a Oeste de Curitiba) poderá parar por tempo indeterminado a partir desta terça-feira. Tudo irá depender de uma assembléia com os profissionais de saúde do hospital. Se a greve for confirmada, este seria o segundo hospital público estadual que fecharia as portas em protesto pelos baixos salários. O primeiro foi o Hospital Regional de Cascavel, na Região Oeste do Paraná.
Segundo a coordenadora do Sindicato dos Servidores e Trabalhadores de Saúde do Sistema Único de Saúde e Previdência do Estado do Paraná (SindSaúde), Mari Elaine Rodella, a situação da categoria é preocupante. Além das greves por tempo indeterminado em hospitais isolados onde o problema da qualidade dos serviços é mais preocupante, os servidores da saúde estão fazendo paralisações de alerta na Grande Curitiba.
Na semana passada, foram paralisados por uma hora e meia os serviços do Laboratório Central do Estado (Lacen), Hemepar (maior banco de sangue do Paraná), Centro Psiquiátrico Metropolitano e Hospital Osvaldo Cruz. Amanhã, a paralisação parcial será no Hospital do Trabalhador.
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Os servidores de saúde reclamam que há seis anos estão sem reajuste. O último ocorreu em agosto de 1995, quando o governo do Estado deu uma reposição de 10% das perdas salariais. "A arrecadação do Estado dobrou e os servidores públicos não tiveram qualquer tipo de melhoria salarial. Cansamos de ouvir não do governo do Estado, queremos uma sinalização positiva. Não vamos mais nos submeter ao descaso deste governo", disse ela.
Na área de saúde, são 6,5 mil servidores na ativa. Eles pedem - como toda a categoria - uma reposição de 50,03% das perdas.
Educação - Na educação, os professores prometem uma greve a partir da próxima quinta-feira. Desde quarta-feira da semana passada, a categoria realiza uma operação tartaruga na rede pública, diminuindo a carga horária de 50 para 30 minutos.
Na quarta-feira, professores deverão lotar as galerias da Assembléia Legislativa para demonstrar o descontentamento com o governo do Estado. Além de reposição salarial, os professores querem a implantação da hora-atividade.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) faz nesta terça-feira uma manifestação na Boca Maldita, com a colocação de barracas e panfletagem, em favor dos servidores estaduais. A intenção é conscientizar a população sobre os problemas vividos pelos funcionários públicos.
"O governo não se preocupa com a qualidade dos serviços públicos", acusa o sindicalista Roni Anderson Barbosa, secretário de organização da CUT-PR. Estão paralisados os servidores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual do Oeste (Unioeste) e Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).