A prefeitura de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, determinou o cancelamento do convênio mantido com o Hospital Comunitário de Pinhais e a instituição será fechada. Funcionários e moradores protestaram contra a decisão. Os 151 servidores não receberam o salário de novembro e janeiro e desde o último dia 2 as consultas e internações estão canceladas.
Dos 74 leitos do hospital, apenas sete ainda estão ocupados. Os pacientes estão sendo encaminhados para uma das nove unidades de saúde do município ou para hospitais de Curitiba. A prefeitura alega não ter nenhum vínculo com os funcionários, já que o hospital era mantido pela Associação de Proteção à Maternidade e Infância (APMI), hoje extinta.
O secretário municipal de Saúde, José Roberto Jacomel, informou que a gestão anterior repassava as verbas para a APMI, que arcava com as despesas do estabelecimento. A decisão de fechar o hospital, comenta, foi tomada porque a nova gestão da prefeitura não teria verbas para as despesas. Ele não soube informar quanto seria necessário para cobrir a dívida com a folha de pagamento e para manter o hospital funcionando. "Mas isso é responsabilidade da APMI", enfatizou.
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O Ministério do Trabalho requisitou audiência para apurar a responsabilidade da dívida. Pela manhã, funcionários do hospital prestaram depoimentos. O Ministério solicitou a presença da ex-diretora da APMI, Ivonete Boving, mulher do ex-prefeito de Pinhais, Siegfried Boving, mas ela não compareceu.
A reportagem da Folha apurou que toda a diretoria da APMI foi destituída em dezembro. A situação das doze creches, dos sete projetos sociais e do hospital mantido pela associação ainda está indefinida. O hospital foi inaugurado em maio do ano passado e atendia cerca de 4 mil pacientes por mês.
Os moradores estão incorformados com a situação. O auxiliar de almoxarifado Dante Luiz dos Santos, tinha cirurgia de hérnia marcada para esta segunda-feira, mas teve que adiar. "Ainda não sei como vou fazer se o hospital fechar", lamentou.
A prefeitura colocou à disposição uma ambulância para remoção dos sete pacientes internados, que serão encaminhados para o Hospital e Maternidade de Pinhais. Nova audiência foi marcada para quarta-feira, no Ministério do Trabalho, para definir a situação dos funcionários.