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Incêndio no porto destruiu 10 mil toneladas de celulose

Melissa Bergonsi - Especial para a Folha
29 dez 2000 às 12:03

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Um incêndio no Porto de Paranaguá destruiu cerca de 10 mil toneladas de celulose, bobinas de papel e madeira prensada, que estavam armazenadas em um dos galpões da Área de Carga Geral. O fogo começou às 23h40 de terça-feira e só foi controlado no final da manhã de ontem. O Corpo de Bombeiros do litoral do Paraná acredita que o incêndio só vai ser extinto completamente no final da tarde de hoje.

Os bombeiros ainda não sabem as causas do fogo. O diretor empresarial do Porto de Paranaguá, Lourenço Fregonese, acredita que foi uma fatalidade. Mesmo porque a carga que foi destruída já deveria ter sido levada para a Europa há dois dias. "O navio atrasou porque ficou parado no Porto de Santos". Ele contou que o armazém foi carregado no final da noite de terça-feira. "Os produtos chegaram e por volta das onze horas da noite fechamos o galpão sem nenhum problema", explicou.

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Ele garante que apesar de antigos, os barracões seguem a todas as normas estipuladas de segurança, inclusive no que diz respeito a proteção contra incêndio. Sobre a dificuldade de combate do fogo, Fregonese disse que "o problema é que são produtos altamente inflamáveis e isto prejudicou o trabalho dos bombeiros".

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O comandante do Corpo de Bombeiros do litoral, major Claudiney Alves da Silva, confirmou a afirmação de Fregonese. De acordo com ele, toda a brigada de Guaratuba, Matinhos e Pontal do Paraná foi usada para combater o incêndio. "Quando chegamos apenas uma parte estava queimando, mas não tínhamos como controlar o fogo num galpão de 5 mil metros quadrados com material inflamável".


O comandante explicou que a grande preocupação foi a de não deixar que o fogo se espalhasse para os barracões vizinhos, que também armazenavam papel e celulose. Aliás, no final da manhã de ontem, a parede de um dos galpões vizinhos começou a pegar fogo, mas os bombeiros conseguiram extinguir o fogo rapidamente. O comandante confessou que não estava descartado o risco de outros barracões se incendiarem. "Com o vento muito forte, pedaços de papel voam para outros lugares e podem alastrar o fogo", alertava o bombeiro.

O perito criminal, Amilton da Silva Mendes Filho, do IML de Paranaguá, chegou no local por volta das 11 horas de ontem. "Vou apenas analisar a topografia e colher alguns depoimentos". Ele disse que só poderia fazer a perícia depois que o fogo estivesse totalmente extinto. "Mesmo que seja uma bituca de cigarro, nós conseguimos descobrir por maior que seja a destruição", disse o perito, referindo-se a apuração das causas do acidente. O resultado da análise só vai ser divulgado daqui a quarenta dias.


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