Índios da reserva Barão de Antonina, em São Jerônimo da Serra (78 km ao sul de Cornélio Procópio) ameaçam queimar uma torre de transmissão de energia elétrica para pressionar a Copel a renegociar uma indenização à tribo pelo uso de suas terras.
Nesta segunda-feira, dezenas de caingangues, inclusive crianças, empilharam toras de eucalipto nas quatro bases da estrutura e prometem atear fogo e derrubá-la se representantes da companhia de energia não se manifestarem.
Quatorze torres de transmissão cruzam as terras dos índios ao longo dos 1.555 alqueires delimitatos.
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Segundo os indígenas, a situação ficou mais tensa após funcionários da Copel terem cortado a energia de algumas famílias.
''Eles é que estão devendo para a gente'', argumenta o representante da tribo, Luiz Gino.
Segundo ele, o assunto começou a ser tratado há mais de um ano e meio em uma reunião entre membros do conselho indígena, Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Copel, mas até agora não houve resposta da empresa e as negociações nem chegaram a começar.
''Nossa proposta, inclusive, é descontar os valores das contas de energia elétrica'', diz o representante.
A reserva já foi indenizada pela Copel, contudo, os índios argumentam que na época, o processo não envolveu todos os membros da tribo que hoje cobram nova indenização.
''Essas pessoas estão pressionando a gente'', afirma Gino.
O cacique da tribo, Artur Amaral, também apóia o movimento.
Ele e os demais representantes da tribo não têm idéia de quanto a nova indenização poderia render. A reserva abriga cerca de 370 índios.
Os índios também criticaram a Funai, que não estaria dando a devida atenção ao assunto.
''Eles sempre falam que daqui a pouco sai e nada acontece. Índio tem paciência mas chega uma hora que a gente explode e não controla a tribo'', afirma Gino.