O inquérito policial sobre a morte do aposentado Sérgio Alaor Kluppel, 65 anos, durante uma discussão no salão de festas de um edifício no bairro Água Verde, em Curitiba, será remetido nesta quinta-feira à Justiça. O síndico José Fracisco Prestes, 58 anos, foi indiciado por homicídio triplamente qualificado e porte ilegal de armas. Ontem, ele seria ouvido no inquérito, mas se reservou ao direito de falar apenas em juízo.
De acordo com os dados obtidos no inquérito policial através dos depoimentos de testemunhas, Prestes teria chamado Kluppel pela manhã no salão de festas, onde entregaria um envelope com documentos que supostamente comprovariam sua inocência no desvio de R$ 19 mil do condomínio. Kluppel havia levantado a suspeita de desvio numa reunião condominial.
''Ele (Prestes) chamou a vítima e disse que tinha um envelope para entregar. Foi armado até o encontro. No envelope, estavam apenas folhas em branco. Estou convencida de que ele tenha planejado o assassinato do morador'', disse a delegada Selma Braga, titular do 2º Distrito Policial.
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Selma justifica que Prestes cometeu homicídio triplamente qualificado porque teria praticado o crime por motivo torpe (desvio de recursos), para assegurar sua impunidade e numa emboscada. Hoje ainda, a delegada irá pedir a transferência do preso para o Complexo Médico Penal (CMP) para evitar a permanência de policiais militares dentro do hospital, onde fazem a sua custódia.
Ele estaria bem e consciente. Ela também pedirá a decretação de prisão preventiva - já que Prestes está preso em flagrante desde o dia do crime. Depois de atirar e matar Kluppel, o síndico teria atirado contra o próprio peito. O projétil teria sido desviado na costela e teria se alojado perto da coluna.
Assim que entregar o inquérito na Vara de Inquérito Policiais, Prestes fica à disposição da Justiça. A família dele (mulher e dois filhos) que moravam no prédio saíram do edifício. A delegada Selma não irá investigar o suposto desvio de recursos e falsificação de assinaturas nas atas do condomínio enquanto não houver uma solicitação formal por parte dos moradores do prédio. ''Todos ainda estão muito abalados e com medo que ele retorne para lá'', justificou Selma. A pistola 357 usada no crime tinha registro, mas o porte de arma estava vencido.
O advogado criminalista Mardem Esper Maués, que defende Prestes, disse ontem que o síndico não tem condições de falar. Por esta razão, ele ainda não sabe qual a linha que a defesa deverá tomar. De qualquer forma, ele não acredita que o homicídio tenha sido premeditado. ''Se ele tivesse premeditado, não teria dado um tiro nele mesmo depois. Foi motivado pela tensão do momento'', ponderou o advogado.
Folha de Londrina