Pais de alunos do Colégio Estadual Lysimaco Ferreira da Costa, em Curitiba, entregaram nesta quarta-feira, à Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, documentos que comprovam irregularidades na gestão da escola.

A Associação de Pais e Mestres do colégio encaminhou essas mesmas denúncias à Secretaria Estadual da Educação em setembro do ano passado, o que motivou a abertura de um processo administrativo e a designação de um interventor para dirigir a escola durante a apuração dos fatos.

Segundo o presidente da APM, Gilberto Genival Martinez, entre os problemas encontrados está a terceirização da cantina e dos serviços de cópias, que deveriam ser gerenciados pela APM. Mais grave, no entanto, é o fato de que, entre os 479 alunos de 4ª a 8ª série, 25% tiveram suas aprovações ou reprovações decididas pelo Conselho de Classe. Nas turmas do ensino médio, esse percentual é de 27,5%. Os números foram considerados muito elevados pelos pais.

"Como agravante, as notas que constam no boletim enviado aos pais não são as mesmas que aparecem na ata da reunião do Conselho de Classe. A ata foi alterada posteriormente, sem a participação dos professores", afirmou Doroti Garcia, mãe de um aluno da 7ª série.

A secretária da Educação, Alcyone Saliba, recebeu na terça-feira os deputados estaduais Ângelo Vanhoni, José Maria Ferreira, Chico Noroeste, Duílio Genari e Algaci Tulio. Ela esclareceu as circunstâncias das intervenções que foram efetuadas pela secretaria no Lysimaco e no Colégio Estadual Cecília Meirelles, também em Curitiba.

Neste último, foram constatados dois problemas: irregularidades administrativas durante o mandato da diretora anterior, Natália dos Santos Silva, e no processo de eleição da nova diretora, Dilma de Souza Gouveia. A sindicância apontou ainda o possível envolvimento de Dilma nas irregularidades praticadas pela outra diretoria, já que ela fazia parte da equipe pedagógica da escola.

Pais e professores das duas escolas participaram da reunião com os deputados, realizada na Secretaria da Educação. "Estou satisfeito com a reunião, pois o diálogo é importante para que não haja injustiças com as pessoas investigadas", avaliou o deputado Ângelo Vanhoni.

Oito escolas da rede estadual estão sob intervenção. Destas, quatro por irregularidades na parte administrativa e quatro por descumprimento das regras para eleição dos diretores, ocorrida no ano passado. Os procedimentos adotados pela secretaria têm o apoio dos pais dos alunos das escolas.

"É parte do trabalho da secretaria verificar qualquer irregularidade e punir eventuais culpados. Temos que proteger o direito dos alunos de terem aula e dos professores, de lecionar", disse a secretária da Educação, Alcyone Saliba. Assim que os dois processos forem concluídos – a expectativa é de que isso aconteça no final de abril – os resultados serão entregues à Comissão de Educação da Assembléia Legislativa.