Três funcionários do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) foram afastados de suas funções em decorrência de suspeita de corrupção e cobrança de propina para a liberação de licenças ambientais nos municípios de Pato Branco e Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná. O afastamento ocorreu nesta quarta-feira (3), após três meses de investigação da Polícia Civil.
O inquérito está sob segredo de Justiça. O representante de uma empresa, que teria sido vítima do esquema, e não quis se identificar, disse que apesar de o pedido para a liberação de licença estar dentro da lei, os membros do IAP de Francisco Beltrão e Pato Branco teriam cobrado R$ 700 mil para a autorização. Como não concordou com o esquema, ele disse que procurou a presidência do IAP em Curitiba e foi orientado a denunciar o caso à Polícia.
O delegado de Pato Branco, Rômulo Contin, confirma que houve houve uma denúncia de propina para a liberação de licenças ambientais, mas não dá detalhes sobre qual vítima teria denunciado o caso. "Esses membros do IAP, caso não fosse paga a propina, postergavam e embaraçavam a autorização do IAP, forçando que as pessoas pagassem o valor. Nós recebemos provas contundentes da ocorrência dessa prática".
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Foram afastados o chefe do IAP de Francisco Beltrão, o chefe do IAP e um fiscal de Pato Branco. A princípio, de acordo com o delegado, foi pedida a prisão dos suspeitos, mas a Justiça determinou que o afastamento seria suficiente para continuar com as apurações. "Se no decorrer das investigações isso não for suficiente e houver uma efetiva influência dos acusados na investigação, podemos pedir novamente a prisão deles", afirma o delegado.
Ainda segundo o delegado, durante os três meses de investigação, houve o pedido de propina para vítimas, o que resultou no afastamento dos membros do IAP. Porém, o delegado acredita que o esquema ocorria há mais tempo e pode ter envolvido mais vítimas. Outras pessoas ainda são suspeitas de participação no esquema.
Em nota, o Instituto Ambiental do Paraná informou que a investigação da Secretaria de Segurança Pública "tem total apoio da direção do instituto, que fornecerá todas as informações necessárias e solicitadas". O IAP ainda disse que foi instaurada uma sindicância interna para apurar as denúncias de desvio de conduta dos servidores. Caso sejam comprovadas as suspeitas por parte da sindicância, as informações serão encaminhadas à Polícia Civil e ao Ministério Público do Paraná. (atualizado às 17h24)