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Investigações do incêndio da PIC estão próximas do fim

Dimitri do Valle - Folha do Paraná
23 jan 2001 às 12:39

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O delegado-chefe da Divisão de Narcóticos (Dinarc), Adauto Abreu de Oliveira, admitiu ontem que o mandante do atentado contra a Promotoria de Investigações Criminais (PIC) é uma pessoa citada na CPI Nacional do Narcotráfico. No sábado, Adauto já havia mencionado que o mentor intelectual do crime seria um "figurão" de Curitiba. Ele responde a processos na PIC.

A polícia também está atrás do terceiro autor do atentado. Adauto disse que a prisão dele - que pode sair nas próximas horas - deve levar ao mandante do crime. Duas pessoas com características físicas semelhantes estão sendo investigadas. O terceiro suspeito seria um homem branco, entre 25 a 30 anos de idade, cerca de 1,85 de altura e cabelos castanhos curtos. Um seria policial militar. Ambos são conhecidos do segundo tenente Alberto Silva Santos, acusado de ter sido contratado pelo mandante para comandar o atentado.

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Quando for preso, o terceiro suspeito vai passar por uma sessão de reconhecimento com o policial civil Edson Clementino da Silva, o "Lambe-Lambe", e o frentista do posto onde o combustível usado no atentado foi comprado. Junto com o segundo tenente Santos, o desconhecido invadiu a PIC na madrugada de 29 de dezembro para atear fogo em processos criminais.

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A revelação foi feita no sábado por Lambe-Lambe, que mudou o seu depoimento e confessou que foi chamado pelo segundo tenente para levá-los no carro do PM até a PIC. Lambe-Lambe alegou que não conhece o terceiro envolvido e só descobriu do que se tratava quando Santos contou o que fez após o incêndio. Uma frase dita pelo segundo tenente a Lambe-Lambe deu pistas para que a polícia voltasse a ter chances de identificar o mandante. A frase é mantida em segredo.

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Na noite de domingo, a Central de Inquéritos autorizou a liberação do policial civil Mauro Canuto, que ficou preso temporariamente por 10 dias. Adauto disse que não há provas que confirmem o envolvimento de Canuto no incêndio. A Justiça determinou ainda a prisão preventiva de três acusados. O segundo tenente Santos, o sargento Ademir Leite Cavalcante e Lambe-Lambe, vão continuar presos por mais 10 dias.


Depois de descartar o envolvimento do advogado Antônio Pellizzetti e do sargento Cavalcante, Adauto resolveu manter o indiciamento dos dois no inquérito policial. O delegado disse que novas informações levantadas entre a tarde de sábado e madrugada de domingo forçaram a decisão. "Há ligações telefônicas do tenente para o sargento antes, durante e depois do atentado."

Pellizzetti foi novamente interrogado ontem à tarde. Com a quebra de sigilo telefônico, Adauto disse que surgiram dúvidas sobre declarações feitas pelo advogado. O delegado relatou que no primeiro depoimento, Pellizzetti afirmou que Santos não telefonou para ele no dia do atentado. Adauto informou que registros telefônicos revelaram que o segundo tenente ligou para o celular de Pellizzetti às 8h41 da manhã de 29 de dezembro, algumas horas depois do crime. Santos não conseguiu completar a ligação e três minutos depois foi a vez do advogado retornar a ligação para o segundo tenente. No depoimento, Pellizzetti negou ter feito a ligação.


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