O juiz da Vara da Fazenda Pública, Orestes Dilay, determinou que as mulheres dos policiais militares liberem imediatamente a entrada dos quartéis em todo o Estado. A decisão em caráter liminar foi tomada no final da tarde a pedido do governo do Estado.
A Procuradoria Geral do Estado havia feito a solicitação para que o juiz reconsiderasse a ordem judicial dada no final de maio, durante a primeira manifestação das mulheres.
Tão logo saiu a sentença, um oficial de justiça foi até o quartel da Polícia Militar, no Bairro Rebouças. As mulheres seriam intimadas a liberar os portões para que o trabalho dos policiais pudesse ser retomado sem impedimentos. Desde o início do movimento, a troca de turnos na Polícia Militar não estava sendo feita.
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Em caso de resistência por parte das manifestantes, o governo estaria amparado legalmente para usar força policial. "Há uma autorização legal para usarmos a força policial que permite remover pessoas e objetos. Há ainda uma multa diária que incidirá sobre elas", informou o procurador geral, Joel Coimbra. O procurador ressaltou que a atitude do governo se fez necessária para garantir a segurança pública.
Joel Coimbra passou o dia trabalhando para tentar encontrar um meio legal de acabar com o movimento das mulheres. A ação foi acompanhada pelo governador Jaime Lerner e pelo secretário de Segurança, José Tavares. Os comandantes da Polícia Militar também foram intimados para colocar um ponto final nas manifestações.
Há uma semana, o governador Jaime Lerner havia dado um prazo para que os comandantes resolvessem a situação. Caso não demonstrassem eficiência, o passo seguinte seria a troca imediata do comando entre eles o coronel Gilberto Foltran. O governador estava irritado com os coronéis que não conseguiam frear as manifestantes. "Cargo de confiança é cargo de confiança", insinuou Tavares.
O secretário de Segurança disse também que o governo iria apelar para ações individuais contra as mulheres. "Já identificamos as mulheres e elas responderão pelos atos que cometeram", disse Tavares, ao se referir aos bloqueios dos quartéis e destruição de viaturas.
O governador Jaime Lerner deu sinais de que não toleraria mais o movimento das mulheres. "Avançamos o máximo que podíamos, mas agora não dá mais para admitir desrespeito. Com serenidade vamos fazer cumprir a lei", disse Lerner, antes mesmo de saber o conteúdo da sentença judicial. Lerner havia antecipado que o Estado estava tomando medidas na Justiça para sufocar as manifestações.