Antes mesmo do desembarque de Marcelo Borelli em Curitiba, já havia impasse para saber para qual presídio seria encaminhado o assaltante. O juízes da Vara de Execuções Penais de Curitiba e Londrina já adiantavam que as penitenciárias não tinham segurança suficiente para receber Borelli.
O juiz Marcelo Malucelli, da 1ª Vara Federal Criminal de Curitiba, onde Borelli também responde a processo, determinou que a Polícia Federal do Paraná recebesse o preso e que ele fosse encaminhado a uma penitenciária estadual pela Vara de Execuções Penais, o que não aconteceu ontem à noite.
O juiz da Corregedoria dos Presídios, Roberto Massaro, entende que as penitenciárias de Curitiba e região metropolitana não têm condições de receber Borelli. De acordo com o coordenador assistente do Departamento Penitenciário do Estado (Depen), Divonsir Mafra, a Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, e o Presídio do Ahú, em Curitiba teriam a segurança comprometida com a presença de Borelli. "Não é conveniente tanto para o sistema penitenciário quanto para o próprio Borelli. Não há condições de convívio", afirmou.
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O juiz da Vara de Execuções Penais (VEP) de Londrina, Roberto Ferreira do Valle, disse também que não aceita, em hipótese alguma, a tranferência do assaltante para Londrina. Ontem, no início da noite, ele foi contactado por Massaro, sobre a possibilidade do sistema penitenciário de Londrina receber Borelli.
"Se depender da minha autorização, para cá ele não vem. Não temos condições de abrigá-lo aqui. Se a Polícia Federal de Brasília não deu conta dele, não seremos nós que daremos", disse o juiz. Ele ressaltou ainda que se, por acaso, a Secretaria de Estado de Segurança Pública autorizar a vinda de Borelli para Londrina, terá início "um grande problema jurídico".
O juiz reconhece que Londrina tem melhores condições que Curitiba para abrigar presos de alta periculosidade como Borelli, mas que ainda assim não há estrutura suficiente para mantê-lo na cidade. "Aqui, ele vai desestabilizar todo o sistem penitenciário", afirmou.
O secretário de Segurança Pública, José Tavares, não deu entrevista, mas falou através da assessoria de imprensa que "as possibilidades de que o assaltante fique no Paraná são mínimas". Tavares aguardava uma decisão judicial a respeito para depois se manifestar, mas disse que há dificuldades em manter Borelli principalmente nas penitenciárias de Curitiba e região metropolitana.
Marcelo Borelli chegou à sede da Delegacia da Polícia Federal por volta das 20h20. Segundo policiais de plantão, o assaltante passaria a noite no prédio da PF. Hoje pela manhã é que o juiz Marcelo Malucelli, da 1ª Vara Federal Criminal de Curitiba, irá definir para onde Borelli será transferido. (Colaborou Edna Mendes, de Londrina)