A Lagoa Dourada, localizada dentro do Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, é um dos principais refúgios para os peixes que sobem o rio Tibagi para se reproduzir. Ligada ao Tibagi pelo rio Guabiroba, que tem cerca de 100 metros, a lagoa possui 14 espécies de peixes já identificadas.
Essa identificação está sendo feita através de um projeto de pesquisa da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
O coordenador do estudo e doutor em Genética e Evolução pela Universidade Federal de São Carlos, Roberto Ferreira Artoni, explica que os peixes buscam a lagoa pelo seu bom estado de preservação. "É um refúgio para os peixes que estão buscando um local para a reprodução." Segundo ele, os afluentes do Tibagi na região de Ponta Grossa estão muito poluídos, o que dificulta essa reprodução. "Daí a importância fundamental de manter mais pontos como a Lagoa Dourada, que venham a servir de abrigo para os peixes", salienta.
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A poluição dos afluentes do Tibagi acontece, principalmente, por causa da rede de arroios que corta a cidade. São cerca de 150 quilômetros de arroios dentro da área urbana, que se parecem mais com esgoto a céu aberto. Em Ponta Grossa, pouco mais de 50% das residências têm esgoto coletado e tratado.
"Além do lançamento de esgoto, a população também deposita nesses pequenos rios muito lixo, que acaba chegando ao Tibagi", diz o engenheiro agrônomo Luiz Augusto Diedrichs, do Núcleo de Estudos em Meio Ambiente da UEPG (Nucleam).
O engenheiro conta ainda que saindo da área urbana, o problema passa a ser o uso de agrotóxicos em áreas muito próximas a água. "Qualquer chuva leva todos esses produtos químicos para dentro dos rios". Diedrich acusa ainda algumas indústrias de despejarem nos rios efluentes sem tratamento. Essas empresas possuem licenças ambientais, mas na prática estão cometendo uma série de irregularidades. O engenheiro diz que não pode ainda citar o nome das poluidoras, mas conta que está fazendo um levantamento em um dos afluentes mais degradados do Tibagi, o rio Cará-Cará e que em breve estará entregando esse estudo ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP).