As lesões por trauma ocasionadas de forma não intencional (atropelamentos, acidentes de trânsito, afogamentos, queimaduras, envenenamentos e acidentes domésticos) são as principais causas de morte entre crianças de zero a 14 anos. Dados do Ministério da Saúde demonstram que cerca de 7,5 mil crianças e adolescentes morreram por conta de lesões não intensionais em 1999.
Anualmente, mais de 140 mil crianças com menos de 14 anos são internadas em hospitais da rede pública de saúde por causa deste tipo de trauma. O governo federal gasta mais de US$ 4 bilhões por ano no tratamento destas crianças. "E estes acidentes poderiam ser previnidos, se os pais tivessem mais orientação", garantiu o coordenador regional da Safe Kids Brasil - Criança Segura (Organização Não-Governamental), Marcelo Ribas Alves, no lançamento do Programa Nacional Criança Segura, em Curitiba.
O programa foi lançado simultaneamente em três capitais brasileiras: Curitiba, São Paulo e Recife. No ano que vem, deverá ser expandida para outras cidades. Entre elas, Londrina. "A diferença é que não estamos fazendo uma campanha apenas. Este é um programa. Iremos trabalhar exclusivamente para isto", afirmou ele. Em Curitiba, um grupo de 40 voluntários estará distribuindo materiais com qualidade técnica e levando informações sobre prevenção de acidentes em escolas, bairros e locais considerados de risco.
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Os dados relacionados à Capital paranaense foram considerados alarmantes. Enquanto a média nacional de mortes por causas externas é de 30%, a média de Curitiba é de 42%. A segunda maior causa de morte na cidade para crianças de até 14 anos é o câncer (13%), seguido de doenças infecciosas e parasitárias (11%) e doenças respiratórias (10%).
As principais causas de mortes por lesões não intencionais, conforme dados do Ministério da Saúde, são: afogamentos (21%), atropelamentos (18%), ocupantes de veículos envolvidos em acidentes (16%), sufocações (10%), quedas (7%), queimaduras (7%), envenenamentos (2%), armas de fogo (2%), acidentes com bicicleta (1%), outras causas (16%). "Em 90% dos casos, estes acidentes poderiam ser evitados. E é isto o que queremos", anunciou.
Em países como os Estados Unidos, onde o programa existe há mais tempo, a redução nos casos de mortes por lesões não intencionais foi de 35%. "Queremos repetir isto no Brasil. Nos esforçaremos para alcançar esta meta", complementou Alves.