Considerada como o ecossistema mais importante do planeta em função do alto grau de biodiversidade, ou seja, do grande número de espécies vegetais e animais que abriga, a Floresta Atlântica já ocupou praticamente toda a costa litorânea do Brasil, do Nordeste à Região Sul. A extração descontrolada de madeira e devastação para urbanismo acabaram reduzindo essa preciosidade para apenas 5 a 7% de seu território original.
Para ter uma idéia da importância mundial deste sistema, a Unesco reconheceu a Mata Atlântica como Patrimônio Natural da Humanidade. Os principais remenescentes de Floresta Atlântica concentram-se, hoje, nas regiões Sul e Sudeste, mais especificamente na Baía de Guaraqueçaba no Paraná e nas ilhas de Iguape e Cananéia, em São Paulo. No Paraná, a área verde restringe-se hoje a apenas 8,5% do território do Estado. Das grandes florestas que restaram, 40% estão concentradas em áreas protegidas no Litoral e no Extremo-Oeste.
Nessa situação, o Paraná tem importância fundamental na preservação da Floresta Atlântica. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) só na região sul a Mata abriga mais de 800 espécies de árvores, fora outros tipos de vegetação pequenas, como ervas e arbustos.
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"O que chamamos de floresta atlântica, na verdade, são pelo menos sete ecossistemas"; diz a diretoria técnica da Sociedade de Pesquisa à Vida Selvagem (SPVS), Sílvia Renati Ziller, que enumera três tipos de florestas existentes nas encostas dos morros, campos nos topos, mangues, restingas e florestas de planícies.
"É importante ressaltar que as consequências de um desastre desse tipo em uma área de alta biodiversidade é enorme. Primeiro porque a Floresta Atlântica tem pelo menos 50 espécies de peixes e o óleo põe em risco toda fauna aquática", diz Sílvia. A situação é ainda mais grave, segundo ela, por estarmos em uma época chuvosa, e toda área estar bastante encharcada. "Isso só potencializa as possibilidades de contaminação", diz.
Segundo José Marcelo Rocha Aranha, doutor em ecologia e professor da Universidade federal do Paraná (UFPR), os rios Sagrado, das Neves e Nhundiaquara - todos atingidos pelo óleo - representam muito para todo o meio ambiente da Baía de Paranaguá. É que estes rios servem como berçário de espécies marinhas, abrigando crustáceos e filhotes de peixes, que depois vão para o mar. "Isso sem falar nos animais que vem ao rio buscar alimentos, como a lontra, alguns mamíferos, aves e insetos", diz Aranha.