O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Estadual de Maringá vota, na próxima quarta-feira (09), a questão das cotas sociais. No total 80 membros integram esse Conselho, dos quais 15 são alunos da UEM e dois são representantes da comunidade externa. Os demais são docentes da instituição. Além disso, o reitor, Décio Sperandio, e o vice-reitor, Mário Azevedo, são respectivamente o presidente e o vice-presidente.
A reunião terá início às 14 horas e a matéria entre em votação tendo um parecer favorável da câmara de graduação, encarregada de fazer uma análise e emitir um parecer sobre o tema. Sperandio e Azevedo também já se declararam favoráveis às cotas, tanto raciais como sociais, tendo inclusive expressado esse pensamento em entrevistas concedidas à imprensa local ao longo dessa semana.
Nesta quarta-feira (02), o vice-reitor recebeu representantes de entidades ligadas ao movimento da consciência negra, que lhe entregaram um manifesto pedindo agilidade na implantação de reserva de vagas para afro-brasileiros no vestibular. "As cotas não deveriam estar nem em discussão, deveriam ser um direito dentro das universidades públicas", declarou Aracy Adorno Reis, presidente do Instituto de Mulheres Negras Enendina Alves Marques.
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O vice-reitor afirmou que a reivindicação das cotas é justa mas, que a luta pela inclusão vai além. "É preciso ampliar no número de vagas nas universidades públicas", disse. Segundo Azevedo, são 4 milhões de vagas no ensino superior, das quais apenas 1 milhão são ofertadas nas instituições públicas.
A votação na quarta-feira decidirá se a UEM é a favor ou contrária ao ingresso de acadêmicos pelo sistema de cotas. Se a maioria votar favorável à matéria ainda será necessário formar uma comissão para estudar o mecanismo de aplicação do sistema. O passo seguinte é encaminhar o assunto para o Conselho Universitário a quem caberá oficializar a decisão através de alterações no regimento interno da instituição.
Sobre a possibilidade da votação de quarta-feira ser contrária a implantação de cotas, o vice-reitor é categórico. "Eu me sentiria muito mal em ter que assinar uma decisão contra as cotas".