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Médico acusado de seqüestro responderá processo ético

Redação - Folha do Paraná
07 fev 2001 às 19:18

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A diretoria do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM) decidiu que vai pedir a instauração de um novo processo ético contra o médico Décio Basso, acusado de tramar o sequestro da estudante Marta Berssani Chammas, 17 anos, em Maringá. Basso já responde a acusações de onerar o custo do tratamento de pacientes. A solicitação da nova investigação será votada na plenária do conselho na próxima segunda-feira em Curitiba.

O presidente do CRM, Luiz Salim Emed, diz que Basso cometeu falta grave ao usar técnicas médicas no sequestro. Marta e familiares foram sedados quando a residência foi invadida por dois homens na sexta-feira passada. Emed entende que a prova é suficiente para acusar o médico de desrespeito ao artigo 55 do Código de Ética Médica, que trata dos Direitos Humanos. "Ele (Basso) usou de um conhecimento médico para violentar a integridade das pessoas", afirma.

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Um processo ético só é oficializado depois de ser votado na plenária do CRM. O quórum mínimo da reunião é de 11 conselheiros. Eles discutem o caso e partem para uma decisão, que precisa ser aceita pela maioria simples dos presentes. Emed acredita que diante da gravidade do caso, não haverá dificuldades para aprovar mais uma investigação.

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O primeiro processo ético contra Basso foi instaurado no segundo semestre do ano passado. Ele foi acusado de faturar irregularmente em cima de receitas de eficácia duvidosa. Na sindicância presidida pelo médico Kemel Jorge Chammas, que é o pai da garota sequestrada, o médico convencia pacientes de que eles necessitavam de tratamento para repor minerais ausentes no organismo.

As fórmulas contendo as substâncias que o paciente deveria tomar eram enviadas para farmácias de manipulação, onde o remédio era produzido. Outro tipo de conduta era a coleta de amostras de sangue e cabelos dos pacientes para medir a quantidade dos minerais. Segundo Luiz Salim Emed, Basso dizia aos que as amostras eram enviadas para análise nos Estados Unidos e Japão, uma justificativa para cobrar a mais pelo serviço.


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