Uma megaoperação da Polícia Civil apreendeu 80 caça-níqueis e desligou outras 1.300 máquinas, em 18 bingos de Curitiba, na quarta-feira à tarde. "Até sexta-feira, vamos desativar todos os caça-níqueis de Curitiba e Região Metropolitana", disse o delegado Fauze Salmen, da delegacia da Ordem Social. Estima-se que cerca de 10 mil máquinas ainda estejam funcionando em todo o Estado.
O trabalho foi realizado por duas equipes, com 18 homens e dois caminhões. Até sexta-feira, todos os estabelecimentos comerciais que têm caça-níqueis serão vistoriados pela polícia. Segundo Fauze, nos próximos dias a Polícia Civil fará operações semelhantes nos municípios do Interior.
Os caça-níqueis são proibidos no Paraná desde 1999. A proibição de funcionamento leva em conta dois laudos, do Tecpar e do Instituto de Criminalística do Paraná, que comprovaram que os equipamentos podem ser facilmente adulterados, mesmo após periciados, e que os resultados dos jogos processados dependem unicamente da sorte.
Leia mais:
Detran disponibiliza página de estatísticas para consultas sobre veículos
Prefeitura de Apucarana faz limpeza em escolas atingidas pela chuva
Pé-de-Meia: 135,3 mil estudantes são beneficiados no Paraná
Assembleia Legislativa recebe oito mil sugestões de paranaenses para orçamento
O decreto também levou em conta uma decisão do Tribunal Regional Federal de São Paulo, que suspendeu naquele Estado as liminares e sentenças que determinavam a liberação das máquinas, já que elas trazem "inerente o risco iminente de grave lesão à economia popular, que está contido no conceito de economia pública".
No início de março, os desembargadores integrantes do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Paraná decidiram por maioria de votos manter a proibição do funcionamento em todo o Paraná de máquinas eletrônicas ou equipamentos de apostas eletrônicas, conhecidas como caça-níqueis. Dos 19 desembargadores integrantes do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Paraná, 15 votaram contrários à liminar impetrada pelas empresas que se dedicam à exploração e locação das máquinas.
O argumento do TJ é que as configurações das máquinas podem ser alteradas. "Pode uma máquina ser regulada tanto para não retornar nenhum valor quanto para liberar valores de 100%, bem como oferecer seqüências e tipos de jogos distintos", explica juiz Domingos Ramina, acrescentando que "o resultado do jogo pode ser previamente programado, independentemente da habilidade do jogador".