A operação de instalação da Unidade Paraná Seguro (UPS) foi aprovada pelos moradores do bairro Parolin, de Curitiba. A região é a segunda da capital a receber esta ação, que consiste na ocupação da área por forças policiais para que o poder público possa implantar políticas sociais e obras de infraestrutura em territórios que eram dominados pela criminalidade.
A segurança passa a ser feita dentro do conceito de polícia comunitária, com aprovação da população. A dona de casa, Solange Vieira dos Santos, moradora há 30 anos no Parolin, acredita que a UPS vai mudar a realidade no bairro. "A polícia estando por perto vai trazer mais tranquilidade e segurança. Com os policiais aqui, o bairro vai ficar melhor". Ela contou que evitava deixar os filhos nas ruas e afirma que agora esta situação pode mudar.
A dona de casa Luana Linhares, que reside há 10 anos na região, espera que a implantação da UPS mude o dia-a-dia no bairro. "Só estava faltando mais policiais para o bairro ficar tranquilo". O empresário, Paulo Afonso Marinhos de Souza, há 12 anos dono de uma loja na área diz que a iniciativa do governo é um alívio para moradores e comerciantes. "É uma boa atitude que traz tranquilidade aos comerciantes e a população", declarou ele.
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Há 28 anos residindo no Parolin, Jair Souza Chaves, contou que tinha medo de balas perdidas e da quantidade de homicídios. Para ele, haverá uma melhoria muito grande na vida dos moradores com mais policiamento e serviços públicos.
VIDA COMUNITÁRIA - O secretário de Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, reforçou que a UPS não é apenas um projeto de policiamento, mas de melhoria da vida comunitária e de integração entre governo e sociedade, com a recuperação de um espaço urbano. "A presença da polícia contribui para a implementação de programas e políticas públicas para melhorar a vida das pessoas", afirmou.
Luciana Lourenço dos Santos, de 42 anos, que reside há 16 anos no Parolin, lembrou que já foi assaltada. "No começo quando viemos morar no bairro fui assaltada. Não tínhamos segurança de se deslocar com familiares até o ponto de ônibus, agora acreditamos que a segurança no bairro vai melhorar. Vai ser bom para todos nós".
O secretário da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, explica que a UPS atende a determinação do governador Beto Richa de levar mais segurança para as famílias, combater às drogas e reduzir as taxas de homicídio. "Trata-se de um novo conceito de segurança, com a polícia mais próxima da população e interagindo com a comunidade", diz ele.
Almeida César informa que o objetivo do Governo do Estado é implantar ao menos 10 UPS em Curitiba. Ele afirmou que junto com o policiamento comunitário, outros órgãos do governo passam a atuar na localidade para atender as necessidades da população. "A polícia age como catalisadora na implementação de políticas públicas. Sem isso, não há mudança na realidade local", afirma.
RESULTADOS – O comandante-geral da PM, coronel Roberson Bondaruck, avalia que o resultado mais importante da ação policial de ocupação de uma área para a UPS é a retomada do território. "Isso leva tranqüilidade à população e aumenta a confiança da comunidade na polícia", disse.
Cerca de 300 policiais militares, além de policiais civis e guardas municipais, ocuparam o bairro Parolin desde as 6 horas da última quinta-feira. Nas primeiras 24 horas da operação, foram abordadas 248 pessoas e 95 veículos. Duas pessoas foram presas portando 46 pedras de crack. Houve a apreensão de um quilo de pasta base de cocaína, 889 gramas de maconha e outras 50 gramas de crack, além de 11 máquinas de caça-níqueis.