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Morte de adolescente revolta moradores do Mossunguê

Redação - Folha do Paraná
02 ago 2001 às 17:25

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Moradores e comerciantes do bairro do Mossunguê, em Curitiba, protestaram pela manhã contra o atropelamento de dois menores de idade ocorrido na noite de terça-feira. Os moradores empunharam cartazes e bloquearam três pontos da Rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi, rápida que liga o Campo Comprido até o Centro.

O atropelamento ocorreu, segundo relatos de testemunhas, por volta das 21h40. Um homem, identificado como Ademar Carvalho, estaria conduzindo um kadett em alta velocidade e teria atropelado os menores Arthur Fogaça, de 12 anos e Carlos Augusto Correa Marcos, 16. Marcos teria batido na lateral do veículo e teve o corpo lançado contra um muro. Ele teve ferimentos graves e foi conduzido para o Hospital Universitário Evangélico (HUE).

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Fogaça teria sido arrastado pelo carro e o corpo teria sido lançado num tronco de árvore. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O condutor Ademar Carvalho não prestou atendimento. Ele teria fugido. A mulher dele, Nilce Carvalho, chegou a confessar que estava no volante na hora do atropelamento, mas acabou voltando atrás. A Delegacia de Delitos de Trânsito será a responsável pela elucidação dos fatos.

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O irmão Marcos Fogaça, 18, estava revoltado com as condições do acidente. Ele contou que o irmão mais novo ia três vezes por semana ao curso de inglês com o amigo. Ele estava voltando do curso quando foi atropelado. "Ontem foi meu irmão que foi atropelado. Amanhã pode ser qualquer outro. O carro estava em alta velocidade. Ninguém faz nada para mudar essa situação", afirmou revoltado.

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A doméstica Atercila Valentin Trindade, 39, não conseguia conter as lágrimas. "Não posso acreditar que aquele menino possa ter morrido de forma tão estúpida. Temos que fazer algo. Temos que protestar. Temos que chamar a atenção das autoridades", argumentou.


Os moradores já estão providenciando um abaixo-assinado que será encaminhado para a Prefeitura de Curitiba. Eles pedem dois redutores de velocidade (lombada, semáforos, radares) no trecho. "O pior é a saída da faculdade que tem aqui. Os filhinhos de papai andam a 140 quilômetros por hora. Este foi o terceiro acidente grave que vi em um ano", disse a dona de casa Andréa Juglair, 30.


A dona de casa Delurdes da Rosa, 43, pretende organizar o abaixo-assinado num prazo máximo de um mês. "Temos que agilizar o processo. Alguém tem que ver o desespero das mães que moram aqui. Não queremos que nossos filhos corram riscos ainda maiores", afirmou.

O motorista do kadett, Ademar Carvalho, ainda não havia se apresentado à polícia. Ele poderá ser indiciado em inquérito por condução perigosa, lesões corporais e homicídio culposo.


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