Os acidentes de trânsito, os homicídios e os suicídios são considerados como a terceira maior causa de mortes em Curitiba e Londrina. Dados divulgados este fim de semana na capital paranaense revelam que enquanto as mortes por acidente de trânsito estão caindo em Curitiba nos últimos 20 anos, os homicídios cresceram assustadoramente.
O Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde mostra que em 1980 ocorreram 45 mortes violentas para cada 100 mil habitantes. Em 2000, foram 47 mortes violentas para cada 100 mil habitantes. Os acidentes de trânsito com morte caíram de 34 por 100 mil habitantes para 23. As causas apontadas foram, principalmente, relacionadas a implantação do Código Nacional de Trânsito e as fiscalizações rigorosas por radares e lombadas eletrônicas. "Ainda temos muito a cair, mas a queda já foi virtiginosa em relação aos acidentes de trânsito", enumerou Karin Lhum, diretora do centro de epidemiologia.
Os homicídios cresceram de 8 para 21 para cada 100 mil habitantes. Somente neste fim de semana foram 20 mortes violentas. O Instituto Médico Legal (IML) e a Polícia Militar (PM) informaram quatro ocorrências de homicídios em apenas 24 horas.
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Outro dado verificado é que a maior parte das mortes violentas (71%) ocorre na faixa etária de 15 a 49 anos. Geralmente, os homens são os maiores envolvidos. Foram mortos 685 homens contra 103 mulheres.
Dos acidentes de trânsito, houve o registro de um aumento no número de usuários de substâncias etílicas. Dados do Siate demonstram que no primeiro semestre de 2000 foram atendidas 3.395 ocorrências de acidentes no trânsito e em 508 casos houve a detecção da existência de hálito etílico nos envolvidos. Já no primeiro semestre deste ano, ocorreram 3.789 ocorrências registradas e em 736 delas com suspeita de embriaguez dos envolvidos. Os dados revelam que no período houve um crescimento de 11% nos acidentes de trânsito e 45% dos casos envolvendo hálito etílico.
Já em Londrina, o Núcleo de Informação em Mortalidade (NIM) da Secretaria Municipal de Saúde informou que as mortes violentas na cidade só não são maiores do que as mortes por doenças do aparelho respiratório e o câncer.
Nos últimos anos, foi detectado um crescimento acentuado no número de homicídios, que chega a uma vítima a cada cinco dias. O núcleo trabalha com um índice chamado de Anos Potenciais de Vida (APV) que leva em conta a expectativa de vida do paranaense: de 70 anos para mulheres e 65 para homens. Em 2000, o núcleo registrou a perda de 5,5 mil APV por morte violenta. Deste total, 2,6 mil foram por homicídios. Em 1994, a perda de APV por homicídios era de 1,5 mil.