O movimento das mulheres de policiais militares começa a ganhar força em Curitiba. Cerca de 50 manifestantes chegaram do Interior e Litoral do Estado e se juntaram às mulheres acampadas, desde a noite de domingo, nas entradas do quartel do Comando Geral e do setor de abastecimento de viaturas da PM.
A estimativa do movimento é que até o próximo sábado - quando acaba o prazo dado para que o governo se manifeste quanto às reinvindicações solicitadas - cerca de 500 mulheres façam parte da manifestação.
O movimento é pacífico, como garante a maioria das mulheres entrevistadas pela reportagem da Folha, e não pretende impedir o policiamento da Capital até o final de semana. "Mas o governo está muito quieto, não se manifesta", reclama Mari Santos, apontada como uma das líderes do movimento. Mari adianta que se o governo continuar se omitindo, a greve vai ser inevitável.
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As mulheres querem o fim das punições aos policiais que participaram da última paralisação, encerrada no dia 21 de maio. Segundo o movimento, cerca de 500 policiais em todo Estado estão sofrendo represálias por terem aderido à greve. Elas também reinvindicam melhorias salariais e trabalhistas aos seus maridos e prometem tomar atitudes radicais caso não haja acordo. "A população vai ficar sem segurança, mas temos que correr o risco", avisa Mari.
As mulheres fecharam também o 17º Batalhão da PM, também em Curitiba, onde cerca de 30 policiais estavam no expediente. A cada troca de turno, as mulheres tentavam impedir a entrada e saída dos policiais, gerando sempre um pequeno tumulto, mas não foram registrados feridos.
No setor de abastecimento das viaturas da PM apenas um tenente, que não quis se identificar, estava no local. Segundo informou, nenhum carro fez o abastecimento, quando o normal é realizar cerca de mil abastecimentos diários. "Somos favoráveis ao movimento, mas se não compareço ao quartel, sou dado como desertor e a minha situação complica", disse.
O presidente da Associação de Defesa dos PMs Ativos, Inativos e Pensionistas, Eliseu Furquim, avalia a mobilização como uma represália à atitude do governo em relação à categoria. "O objetivo é o protesto, mas não descarto a possilibidade de greve", disse. Segundo a associação, há 18 mil policiais ativos e 5 mil reservistas em todo o Estado.
O comandante-geral da PM, coronel Gilberto Foltran, foi procurado durante todo o dia para avaliar a situação, mas a informação é de que ele estaria reunido com o governo e ainda não iria se manifestar.