O Ministério Público vai investigar as aquisições frustadas de equipamentos pela Polícia Militar do Paraná (PM). A Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público irá instaurar dois procedimentos para apurar a compra de motonetas e de câmeras, que estão deixando de ser utilizadas ou já foram desativadas pela PM.
O promotor Paulo Ovídio dos Santos Lima afirmou que já está providenciando as reportagens apuradas pela Folha que tratam do assunto. O próximo passo é exigir da PM toda a documentação sobre o processo de compra. "Vamos pedir detalhes sobre a licitação, a justificativa para a aquisição e também a situação atual desses equipamentos." Dentro de 30 dias o Ministério Público espera já estar de posse de todos os documentos para começar a análise.
Em março do ano passado, o Governo do Estado investiu R$ 1,3 milhão na compra de 338 motonetas, que foram distribuídas em Curitiba e no Interior. Destas, apenas 227 continuam sendo utilizadas no policiamento. Vinte foram baixadas do patrimônio do Estado depois de terem sido acidentadas e 91 estão paradas para conserto. O comandante da PM, coronel Gilberto Foltran, disse que os veículos não seriam consertados se os custos fossem muito altos. As motonetas são produzidas na Coréia. "Elas se mostraram frágeis e inadequadas para o tipo de ações em que vinham sendo utilizadas."
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Já as 287 câmeras adquiridas pela PM há três anos não estão mais em funcionamento. Elas foram instaladas em 285 viaturas em Curitiba e região metropolitana e as outras duas enviadas para Ponta Grossa e Paranaguá. O objetivo era registrar as operações de rua. Dezenove já foram baixadas do patrimônio por apresentarem avarias irreparáveis. As outras 268 que continuam instaladas nas viaturas estão desligadas. De acordo com a PM, a empresa que forneceu os equipamentos faliu, o que as deixou sem manutenção. Na época, o investimento nas câmeras foi de R$ 825.541,15.
O secretário de Segurança, José Tavares, disse que ainda não há uma decisão sobre o projeto de policiamento com motonetas. "Quem disse que elas não serão mais compradas não tem autoridade." Ele afirmou que aguarda um relatório sobre a situação das câmeras para depois se pronunciar sobre o assunto. "Eu não sabia sobre as câmeras. Elas foram adquiridas antes que eu assumisse a secretaria."