A primeira edição do Folha iBrands, que apresenta as marcas Top of Mind da Internet, trouxe como principal surpresa não as conhecidas empresas que estão na cabeça dos internautas, mas a própria quantidade de usuários que navegam pela rede. De acordo com a pesquisa, que além das marcas analisou hábitos do usuário e audiência de sites, o Brasil possui cerca de 23 milhões de internautas, número que ultrapassa de longe as expectativas mais otimistas do mercado. "A maior surpresa que tive ao fazer essa pesquisa foi esse número", reconhece Mauro Paulino, diretor geral do Datafolha que, em conjunto com o iBest e a Folha Online, colheu e organizou os dados.
A discrepância entre os números apresentados pelo Folha iBrands e outros institutos de pesquisa chama a atenção. Até o início deste ano, o mercado de Internet trabalhava com cerca de 8 milhões de internautas. A partir da primeira pesquisa do Ibope e Ratings, esse número saltou para 14 milhões e, algumas edições posteriores, desceu para 12 milhões. Essa diferença de 11 milhões pode ser explicada, segundo Marcelo Coutinho, diretor de serviços de análise do Ibope eRatings para América Latina, pelas metodologias aplicadas.
Segundo ele, a cobertura da pesquisa do iBrands, de 137 municípios, é uma das maiores vantagens do estudo, embora considere mais precisa a coleta de dados feita via domicílio, como a realizada pelo Ibope. Além disso, Coutinho acredita que a base utilizada, ou seja, maiores de 14 anos, que acessam a Internet do trabalho, residência, casa dos amigos ou escolas, pelo menos uma vez por semana, também influencie no resultado final. "Estamos falando de uma mídia que não existia há seis anos. É natural que os conceitos sobre quem é um internauta sejam elásticos."
Para Coutinho, a maior vantagem do iBrands é mostrar que a Internet continua crescendo no Brasil, independentemente de problemas de infra-estrutura ou preço de computadores. Segundo Paulino, a penetração da Web na classe C é uma das maiores responsáveis por esse fenômeno. "Estamos assistindo a um forte incentivo do governo e dos fabricantes de equipamentos, com preços acessíveis e maior número de locais de acesso", considera.
Tal incentivo aumentou também o tempo que o usuário fica conectado à rede. Hoje, 12% dos homens entrevistados permanecem mais de três horas plugados. Entre as mulheres, esse número é maior: 13%. Os dois públicos são jovens, entre 14 anos e 24 anos, que ainda não chegaram à faculdade, de acordo com o Folha iBrands. Desse estudo, brotaram ainda algumas novas surpresas, colocando em xeque alguns conceitos fortes no mercado. Por exemplo, apenas 30% dos internautas entram na rede para acessar e-mail, um duro golpe para as empresas de e-mail marketing, que normalmente trabalham com um número de 70% de usuários, segundo analisava durante o evento, Marcelo Sant'Iago, CEO da MundoMedia. A pesquisa também desmistificou o chat, porque apenas 30% dos internautas gostam de conversar via Web. Do total da amostra, 30% utilizam a Internet para fazer pesquisas.
Para a diretora geral da Folha Online, Ana Busch, uma boa surpresa foi a constatação de que 20% dos usuários se conectam para ler notícias, um excelente percentual para os veículos. "Essa é só uma característica da Web brasileira. Aqui os grupos de comunicação lideraram o movimento", avalia.
Muitas marcas off-line mostraram sua força entre os internautas, mesmo sem fazer investimentos em mídia online. Foi o caso da categoria Turismo, em que houve empate técnico entre as agências Soletur, CVC e Stella Barros. Turismo, ainda inexpressivo em investimentos na rede. Por outro lado, na categoria Carros, a General Motors comprovou seu interesse em Internet e esforço de marketing para o lançamento do Celta, vendido pela rede e o mais lembrado pelo grupo pesquisado.
A categoria campeã de lembrança de marca sem investimentos na própria Web foi a de Supermercados. A rede Carrefour foi a mais citada pelos internautas, seguida por Extra e Pão de Açúcar. "O fato mais interessante é que o próprio site Amélia, criado pelo Pão de Açúcar, não obteve o mesmo reconhecimento que o Carrefour. Isso significa que o Amelia deixou um espaço muito grande junto aos internautas e que pode ser recuperado", analisa Daniela Rangel, diretora de marketing do iBest.
De acordo com Paulino, as informações contidas no estudo poderão ajudar as empresas a melhorar a comunicação voltada para o internauta. "As próximas pesquisas serão feitas de forma a identificar melhor a origem da lembrança das marcas. Vamos ver se os internautas se lembram de campanhas online ou off-line, por exemplo", adianta Daniela.
Apesar do otimismo, houve quem classificasse a pesquisa como um tiro no pé. "As marcas que não investem em Internet agora podem pensar que realmente não seja necessário, uma vez que também estão presentes na mente do consumidor online", cogita um executivo de uma empresa de publicidade online, que preferiu não se identificar. Já para Daniela, essa é uma constatação precipitada. "Se as marcas que não investem em Internet já tiveram esse resultado, imagine quando começarem a anunciar. Vão estourar", aposta.
A discrepância entre os números apresentados pelo Folha iBrands e outros institutos de pesquisa chama a atenção. Até o início deste ano, o mercado de Internet trabalhava com cerca de 8 milhões de internautas. A partir da primeira pesquisa do Ibope e Ratings, esse número saltou para 14 milhões e, algumas edições posteriores, desceu para 12 milhões. Essa diferença de 11 milhões pode ser explicada, segundo Marcelo Coutinho, diretor de serviços de análise do Ibope eRatings para América Latina, pelas metodologias aplicadas.
Segundo ele, a cobertura da pesquisa do iBrands, de 137 municípios, é uma das maiores vantagens do estudo, embora considere mais precisa a coleta de dados feita via domicílio, como a realizada pelo Ibope. Além disso, Coutinho acredita que a base utilizada, ou seja, maiores de 14 anos, que acessam a Internet do trabalho, residência, casa dos amigos ou escolas, pelo menos uma vez por semana, também influencie no resultado final. "Estamos falando de uma mídia que não existia há seis anos. É natural que os conceitos sobre quem é um internauta sejam elásticos."
Para Coutinho, a maior vantagem do iBrands é mostrar que a Internet continua crescendo no Brasil, independentemente de problemas de infra-estrutura ou preço de computadores. Segundo Paulino, a penetração da Web na classe C é uma das maiores responsáveis por esse fenômeno. "Estamos assistindo a um forte incentivo do governo e dos fabricantes de equipamentos, com preços acessíveis e maior número de locais de acesso", considera.
Tal incentivo aumentou também o tempo que o usuário fica conectado à rede. Hoje, 12% dos homens entrevistados permanecem mais de três horas plugados. Entre as mulheres, esse número é maior: 13%. Os dois públicos são jovens, entre 14 anos e 24 anos, que ainda não chegaram à faculdade, de acordo com o Folha iBrands. Desse estudo, brotaram ainda algumas novas surpresas, colocando em xeque alguns conceitos fortes no mercado. Por exemplo, apenas 30% dos internautas entram na rede para acessar e-mail, um duro golpe para as empresas de e-mail marketing, que normalmente trabalham com um número de 70% de usuários, segundo analisava durante o evento, Marcelo Sant'Iago, CEO da MundoMedia. A pesquisa também desmistificou o chat, porque apenas 30% dos internautas gostam de conversar via Web. Do total da amostra, 30% utilizam a Internet para fazer pesquisas.
Para a diretora geral da Folha Online, Ana Busch, uma boa surpresa foi a constatação de que 20% dos usuários se conectam para ler notícias, um excelente percentual para os veículos. "Essa é só uma característica da Web brasileira. Aqui os grupos de comunicação lideraram o movimento", avalia.
Muitas marcas off-line mostraram sua força entre os internautas, mesmo sem fazer investimentos em mídia online. Foi o caso da categoria Turismo, em que houve empate técnico entre as agências Soletur, CVC e Stella Barros. Turismo, ainda inexpressivo em investimentos na rede. Por outro lado, na categoria Carros, a General Motors comprovou seu interesse em Internet e esforço de marketing para o lançamento do Celta, vendido pela rede e o mais lembrado pelo grupo pesquisado.
A categoria campeã de lembrança de marca sem investimentos na própria Web foi a de Supermercados. A rede Carrefour foi a mais citada pelos internautas, seguida por Extra e Pão de Açúcar. "O fato mais interessante é que o próprio site Amélia, criado pelo Pão de Açúcar, não obteve o mesmo reconhecimento que o Carrefour. Isso significa que o Amelia deixou um espaço muito grande junto aos internautas e que pode ser recuperado", analisa Daniela Rangel, diretora de marketing do iBest.
De acordo com Paulino, as informações contidas no estudo poderão ajudar as empresas a melhorar a comunicação voltada para o internauta. "As próximas pesquisas serão feitas de forma a identificar melhor a origem da lembrança das marcas. Vamos ver se os internautas se lembram de campanhas online ou off-line, por exemplo", adianta Daniela.
Apesar do otimismo, houve quem classificasse a pesquisa como um tiro no pé. "As marcas que não investem em Internet agora podem pensar que realmente não seja necessário, uma vez que também estão presentes na mente do consumidor online", cogita um executivo de uma empresa de publicidade online, que preferiu não se identificar. Já para Daniela, essa é uma constatação precipitada. "Se as marcas que não investem em Internet já tiveram esse resultado, imagine quando começarem a anunciar. Vão estourar", aposta.