As mulheres de policiais militares que estão acampadas desde a noite de domingo em frente ao quartel da Polícia Militar do Paraná registraram na madrugada o primeiro momento de tumulto e tensão. Elas foram tentar parar uma viatura da Polícia Militar do 13º Batalhão e teriam sido ameaçadas pelo oficial que dirigia o carro.
A dona-de-casa Sandra Andréa, de 26 anos, teria sido agredida. "Eu me abaixei para murchar o pneu e o oficial desceu e começou a me chutar e mandar eu sair dali. Ele me empurrou e me jogou no chão", relatou ela.
A atitude do tenente teria revoltado as outras mulheres, que foram prestar auxílio. "Fiquei preocupada, apavorada. Achei que teríamos um tumulto ainda maior", disse Mari Santos, que ficou machucada na segunda-feira durante o fechamento do quartel para oficiais.
Leia mais:
Ex-deputado de Francisco Beltrão herda vaga de Tiago Amaral na Alep
Comerciantes de Cambé já podem fazer cadastramento para o Dia de Finados
Semana começa com 22,3 mil vagas de emprego em todo Paraná
Motociclista morre em sinistro em Ibaiti
A situação teria sido contornada rapidamente por causa de um reforço que as mulheres teriam recebido de policiais militares do interior do Paraná. Encapuzados, os policiais passaram a noite com as mulheres, dando proteção e garantindo a segurança dos acampamentos. "É o comando da madrugada. Eles não ficam aqui pela manhã para não serem identificados. Mas estão nos auxiliando durante a noite, quando a imprensa não está aqui para nos ajudar", disse Mari.
As manifestantes reivindicam o fim das punições aos policiais que participaram da última paralisação, encerrada no dia 21 de maio. Elas afirmam que cerca de 500 policiais em todo Estado estariam sofrendo represálias por terem aderido à greve. Elas também reinvindicam a incorporação da Gratificação PM Especial nos salários de seus maridos, o que garantiria um acréscimo de 38% em média nos salários brutos.
O protesto ainda não atingiu grandes proporções. De acordo com Lúcia Maria Sobral, as mulheres pretendem radicalizar a manifestação - com paralisação em todos os quartéis - caso o governo do Estado não apresente uma proposta até amanhã. "Queremos negociar. Não exigimos tudo o que pedimos. Mas exigimos um canal de diálogo com o Estado", disse ela.
O comandante da Polícia Militar do Paraná, coronel Gilberto Foltran, disse que não reconhece a participação de praças no protesto das mulheres de PMs. "Os policiais militares não devem se meter neste tipo de protesto. Não reconheço que isto tenha de fato ocorrido", declarou ele.