Está disponível no Paraná uma técnica inédita no Sul do Brasil para o tratamento de miomas (tumores benignos) do útero da mulher. O procedimento, chamado de embolização, consiste em "matar" as artérias que irrigam o mioma. Com isso não é mais necessário fazer a retirada do útero, afirma o médico Alexander Ramajo Corvello, coordenador dos procedimentos feitos no Estado.
"Colocamos um cateter no tronco principal da artéria que irriga o mioma, injetamos partículas de PVA (polivinil álcool), o que fecha a artéria e faz com que o mioma murche até virar uma cicatriz", explicou Corvello. Ele disse que o método não prejudica o útero.
"O método é minimamente invasivo, porque só precisa de anestesia local, além do corte ser de apenas 1 milímetro", descreveu. Segundo ele, a paciente permanece um dia no hospital, e depois de uma semana pode voltar a realizar todas as atividades que estava habituada. No Paraná, duas mulheres realizaram a embolização, há cerca de dois meses, e há cinco na fila, informou.
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Para Corvello, a grande vantagem da técnica é que a cirurgia é desnecessária e a mulher pode tentar engravidar depois. A maior incidência da doença ocorre na faixa dos 20 aos 40 anos. "Há técnicas de retirar o mioma, mas as chances de ele voltar são muito grandes. Ou então se retira o útero, o que é um choque grande para a mulher", avaliou.
Segundo o médico, de 4 mil a 5 mil casos de mioma já foram tratados com a embolização na Europa e nos Estados Unidos, onde a técnica já existe há três anos, e há sucesso em 80% a 90% dos casos. "A miomectomia (retirada do tumor) possibilita a gravidez em 40% a 50% dos casos. Na embolização as chances são de 50% a 60%", afirmou.
O mioma em si não causa danos à saúde da mulher, disse Corvello, mas o tumor pode atingir de 1 a 15 centímetros de diâmetro, o que causa muita dor e desconforto, e em alguns casos hemorragias. Por causa disso, o útero aumenta de tamanho em quatro vezes. De acordo com ele, cerca de um ano após a embolização, o útero volta ao volume normal.
A técnica está disponível em alguns hospitais de Curitiba e nas cidades de Guarapuava e Maringá. Segundo o médico, a maior parte dos planos de saúde cobre os gastos com a operação. O custo do procedimento está avaliado em R$ 4 mil. Maiores informações podem ser obtidas no telefone (41) 222-0351.