Mesmo antes de entrar em vigor, o novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) já é motivo de polêmica. Enquanto os bancos defendem a praticidade do novo sistema -que estimula o uso do cartão eletrônico -, a Associação Nacional de Defesa contra Abusos Bancários (Andab) alerta para o perigo do aumento da incidência de sequestros-relâmpagos.
''O correntista vai virar um talonário de cheques ambulante'', diz o presidente da Andab, Marcel Souza de Oliveira. A Andab envia nesta quarta-feira um documento para o Banco Central (BC) solicitando informações sobre a questão da segurança do SPB.
O sistema entra em vigor a partir do próximo dia 22. Com o novo sistema, os correntistas poderão fazer transferências acima de R$ 5 mil em tempo real, utilizando o cartão de débito. Os bancos deverão cobrar taxas dos clientes que continuarem usando cheques acima do valor fixado. Além disso, o valor do cheque só estará disponível após prazo de compensação. Por isso o BC prevê que os bancos vão orientar os correntistas a utilizar meios eletrônicos para transferência de valores.
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O valor fixado pelo Banco Central atinge apenas 2% do total de documentos emitidos pelos clientes e usuários de bancos, mas representa mais de 80% do volume movimentado. ''É um grande perigo para os correntistas pois o sistema estimula a criminalidade'', alerta o presidente da Andab. Ele teme que os sequestros-relâmpagos, até agora um crime praticado com maior frequência durante a noite, passem também a ocorrer durante o dia, já que o SPB vai facilitar a transferência de grandes valores on-line nesse período. Oliveira ressalta que a clonagem dos cartões também deverá ocorrer com mais frequência. ''O sistema não traz nenhuma segurança'', reitera.
Leia mais em reportagem de Katia Michelle, na Folha de Londrina desta terça-feira