Engraxate, vendedor de quiabo, empregado de um fábrica de doces, passando por seminarista, militar e técnico em conserto de máquinas de datilografia. Genésio Colonhesi, 64 anos, começou cedo e agora aproveita as vitórias que teve em uma vida de muitas aventuras. Entre as histórias desse quase aposentado, que dá palestras sobre alcolismo, estão o afastamento do vício e o ''roubo'' de uma freira e três crianças de um colégio interno. Com memória boa, junto com a religiosa que virou esposa, ele relembrou e contou para a Folha de Londrina as histórias mais peculiares de sua vida.
O paulista que desembarcou com os pais e sete irmãos em Londrina em 1946, vendia quiabo e engraxava sapatos nas ruas centrais da cidade aos seis anos. Nessa mesma época ele também fazia outro bico para arranjar dinheiro: encerava os quartos na zona de meretrício. Logo após, com ajuda da irmã que já trabalhava em uma empresa de doces, arranjou um emprego na fábrica.
O gosto pela bebida alcólica acompanhou Colonhesi por muitos anos e foi sinônimo de dificuldades. O costume de beber teria vindo dos pais. ''Minha mãe comprava bebidas. Nós e ela tomávamos escondido de nosso pai'', revela.
Como o pai de Colenhesi era carpinteiro, ele aprendeu a profissão. Logo após a morte da mãe, por ser muito católico, decidiu virar padre. Entrou para o seminário e montou uma oficina na qual passou a fazer os móveis necessários no local. Além de cuidar das mobílias o jovem tomava conta da despensa do seminário. Nessa época, aproveitava para cultivar o vício da bebida. O menino que decidiu ser padre aos 13 anos, saiu do seminário aos 17 seduzido pelos ''prazeres da carne''. ''Tirei férias e fui para casa de meu irmão. Ele me levou a uma boate e depois a outra. Na terceira eu fui sozinho'', lembra e ri da própria história.
Como um dos irmãos trabalhava consertando máquinas de datilografia, Colonhesi aprendeu o ofício e entrou para o Exército, em Ponta Grossa. ''No meio de 200, eu era o único que sabia consertar as máquinas de escrever'', ainda orgulha-se. No Exército, montou também um bar que passou a ser frequentado pelos oficiais. Em uma cidade vizinha, conheceu a primeira esposa. A moça ficou grávida e o casamento precisou ser apressado. Ele saiu do Exército e virou fazendeiro.
Depois do nascimento da terceira filha, a esposa de Colonhesi desenvolveu câncer. A mulher morreu, deixando uma filha com 3 anos, outra com 6 e a mais velha com 8 anos. Segundo Colonhesi, as três eram muito apegadas e ele não aceitou a solução dada pela irmã para entregar as meninas para familiares. Segundo uma recomedação feita pela mãe das crianças antes de morrer, ele colocou as três em um colégio interno.
Porém não ficou muito tempo longe delas. Em três meses ele já estava com a família completa outra vez. No internato, as meninas se apegaram muito a freira que cuidava das crianças. A irmã Izabel Lopes hoje Izabel Lopes Colonhesi, 68 anos se apegou às criaças. ''Elas eram muito carentes'', lembra.
As meninas deram uma de cupido e uniram o pai e a freira. ''Na verdade eu escolhi ser freira porque era o lugar mais seguro para mim. Perdi meus pais muito cedo,'' diz Izabel. Como a madre superiora passou a desconfiar do aumento da frequência nas visitas do pai ao convento, decidiu transferir irmã Izabel para o Rio Grande do Sul.
No dia da festa de Santo Antônio, padroeiro da paróquia da cidade de Imbituva (onde ficava o internato) aconteceu a fuga. Depois de tudo acertado, Colonhesi foi para um bar comemorar enquanto a freira e as filhas foram para o internato. Às 23h30, como o combinado, ele estava na porta do convento dormindo, bêbado, sobre a direção do carro que iria auxiliar na fuga. Foi acordado pelas fugitivas.
Alguns quilômetros a mais e muitos tragos depois, o casamento aconteceu em Maringá, em 1970. Único detalhe é que Izabel não sabia que o marido tinha problemas com a bebida. Trinta e quatro anos depois o casal ainda está junto e mora em Londrina. Há 18 anos, Colonhesi entrou para o Alcólicos Anônimos e não bebe mais. Hoje o casal já conta com nove netos e um bisneto.
O paulista que desembarcou com os pais e sete irmãos em Londrina em 1946, vendia quiabo e engraxava sapatos nas ruas centrais da cidade aos seis anos. Nessa mesma época ele também fazia outro bico para arranjar dinheiro: encerava os quartos na zona de meretrício. Logo após, com ajuda da irmã que já trabalhava em uma empresa de doces, arranjou um emprego na fábrica.
O gosto pela bebida alcólica acompanhou Colonhesi por muitos anos e foi sinônimo de dificuldades. O costume de beber teria vindo dos pais. ''Minha mãe comprava bebidas. Nós e ela tomávamos escondido de nosso pai'', revela.
Como o pai de Colenhesi era carpinteiro, ele aprendeu a profissão. Logo após a morte da mãe, por ser muito católico, decidiu virar padre. Entrou para o seminário e montou uma oficina na qual passou a fazer os móveis necessários no local. Além de cuidar das mobílias o jovem tomava conta da despensa do seminário. Nessa época, aproveitava para cultivar o vício da bebida. O menino que decidiu ser padre aos 13 anos, saiu do seminário aos 17 seduzido pelos ''prazeres da carne''. ''Tirei férias e fui para casa de meu irmão. Ele me levou a uma boate e depois a outra. Na terceira eu fui sozinho'', lembra e ri da própria história.
Como um dos irmãos trabalhava consertando máquinas de datilografia, Colonhesi aprendeu o ofício e entrou para o Exército, em Ponta Grossa. ''No meio de 200, eu era o único que sabia consertar as máquinas de escrever'', ainda orgulha-se. No Exército, montou também um bar que passou a ser frequentado pelos oficiais. Em uma cidade vizinha, conheceu a primeira esposa. A moça ficou grávida e o casamento precisou ser apressado. Ele saiu do Exército e virou fazendeiro.
Depois do nascimento da terceira filha, a esposa de Colonhesi desenvolveu câncer. A mulher morreu, deixando uma filha com 3 anos, outra com 6 e a mais velha com 8 anos. Segundo Colonhesi, as três eram muito apegadas e ele não aceitou a solução dada pela irmã para entregar as meninas para familiares. Segundo uma recomedação feita pela mãe das crianças antes de morrer, ele colocou as três em um colégio interno.
Porém não ficou muito tempo longe delas. Em três meses ele já estava com a família completa outra vez. No internato, as meninas se apegaram muito a freira que cuidava das crianças. A irmã Izabel Lopes hoje Izabel Lopes Colonhesi, 68 anos se apegou às criaças. ''Elas eram muito carentes'', lembra.
As meninas deram uma de cupido e uniram o pai e a freira. ''Na verdade eu escolhi ser freira porque era o lugar mais seguro para mim. Perdi meus pais muito cedo,'' diz Izabel. Como a madre superiora passou a desconfiar do aumento da frequência nas visitas do pai ao convento, decidiu transferir irmã Izabel para o Rio Grande do Sul.
No dia da festa de Santo Antônio, padroeiro da paróquia da cidade de Imbituva (onde ficava o internato) aconteceu a fuga. Depois de tudo acertado, Colonhesi foi para um bar comemorar enquanto a freira e as filhas foram para o internato. Às 23h30, como o combinado, ele estava na porta do convento dormindo, bêbado, sobre a direção do carro que iria auxiliar na fuga. Foi acordado pelas fugitivas.
Alguns quilômetros a mais e muitos tragos depois, o casamento aconteceu em Maringá, em 1970. Único detalhe é que Izabel não sabia que o marido tinha problemas com a bebida. Trinta e quatro anos depois o casal ainda está junto e mora em Londrina. Há 18 anos, Colonhesi entrou para o Alcólicos Anônimos e não bebe mais. Hoje o casal já conta com nove netos e um bisneto.